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Geral

Leishmaniose já matou como em 2004 no Mato Grosso do Sul

Fernanda Mathias / Campo Grande News - 03 de outubro de 2005 - 15:58

As mortes por leishmaniose de janeiro até duas semanas atrás em Mato Grosso do Sul já totalizam 15, o mesmo número do ano passado, e o período mais crítico para incidência da doença, após as chuvas, mal começou. O avanço da doença, que já acometeu 237 pessoas, este ano, preocupa autoridades de Saúde e por isso médicos estão passando por treinamento em Campo Grande para que o diagnóstico da doença seja mais preciso. Na Capital ocorreram 7 mortes.

O responsável pelo Programa de Controle de Leishmaniose em Mato Grosso do Sul, Paulo Mira Batista, afirma que a doença, quando no início, é muitas vezes confundida com outras, como a hepatite, devido à similaridade dos sintomas. O problema é que quanto mais cedo for tratada, nos primeiros 20 a 30 dias, melhores os resultados. Por isso em Campo Grande médicos já são capacitados para o diagnóstico e a partir deste mês outros 21 municípios receberão os cursos. Dentre as vítimas que morreram em decorrência da doença, as principais são crianças subnutridas e desnutridas de até um ano e idosos com imunidade deprimida.

A realidade e sazonalidade do vetor da doença, o mosquito flebotomíneo, ainda são estudadas pela área de entomologia da Secretaria de Estado de Saúde, mas se sabe que sua procriação e concentração estão diretamente ligados à presença de lixo orgânico ou matéria em decomposição, como folhas, por exemplo. A oferta dessas condições aumenta nos períodos chuvosos e quentes o que coloca a Saúde em condição de alerta, uma vez que o número de mortes se iguala ao do ano passado antes mesmo dos meses com maiores índices pluviométricos.

O cão é o principal hospedeiro do animal e também adoece. Assim como nos humanos, os sintomas também podem ser confundidos com os de outras doenças, como a queda de pêlo, que pode ser associada à sarna. Outros sintomas apresentados são crescimento exagerado de unhas e apatia. A recomendação é que as pessoas que tiverem algum tipo de suspeita levem os animais para serem examinados gratuitamente no CCZ (Centro de Controle de Zoonozes). No caso de o exame ser afirmativo em relação à presença da doença, o animal é sacrificado. Não há tratamento e no caso em que ele é administrado o dono pode responder por desvio de medicamento, uma vez que o tratamento é oferecido pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Nos humanos há um aumento do fígado e do baço, combinado com febre arrastada por mais de 10 dias. A doença compromete o funcionamento do fígado progressivamente.

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