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Leia - Língua Portuguesa, Inculta e Bela!

Alcides Silva - 18 de maio de 2007 - 07:56

Língua Portuguesa, Inculta e Bela
Alcides Silva

Flexão do Infinitivo II
Relembrando que o uso da forma flexionada do infinitivo é muito mais uma questão de estilística que de gramática, use o infinitivo pessoal, somente quando a clareza, a eufonia e o ritmo da frase assim o indicarem. Em caso de dúvida, lembre-se de que se não houver necessidade de identificar o sujeito do verbo regido, você deve deixar intacto o infinitivo. Verbo regido, como já explicado, é o infinitivo que depende do verbo principal, também chamado de verbo regente.
Dois exemplos, quase idênticos, mostram a diferença: Trabalharam horas extras para comprar os presentes do Dia das Mães ou Trabalharam horas extras para comprarem os presentes
Nos exemplos acima, a sonoridade e a cadência da primeira frase - a que não tem a identificação do sujeito do verbo comprar - são superiores às do segundo período. Daí, pois, a absoluta desnecessidade de ser flexionado o infinitivo.
Assim, podemos estabelecer uma regra para o emprego do infinitivo pessoal: 1- Quando tem sujeito claramente expresso, ou seja, quando o pronome pessoal ou substantivo está na mesma oração do infinitivo, geralmente ao seu lado. É o único caso de flexão obrigatória: É melhor nós irmos embora já - Convém os idosos saírem em primeiro lugar - Não é interessante elas receberem tanta gorjeta -Farei o possível para as crianças aqui terem o conforto que tinham em cãs (exemplos colhidos em Maria Tereza de Queiroz Piacentini: “Instituo Difusor de Língua Portuguesa).
2- Flexiona-se o infinitivo quando o seu sujeito e o do verbo principal foram diferentes: ‘Esperamos (nós) serem (eles) bons os dias da Exposição Agropecuária’ Se ainda persistirem dúvidas com a aplicação dessas regras básicas, lembre-se que o infinitivo é flexionado quando pode ser substituído por um tempo finito: ‘O policial obrigou-os a se renderem’ (a que se rendessem) - É necessário concluírem depressa os trabalhos’ ( que concluam).
Não se esqueça também que o infinitivo é pessoal, isto é, flexionado:
a - quando o sujeito é indeterminado:
‘Já ajudei tocarem essa música em outro ritmo’; e
b - quando for sujeito de uma oração:
‘Difícil é ganharmos novamente o campeonato de Futsal’.
Finalmente, como explicam os “Sertões Gramaticais”, de Ernesto Carneiro Ribeiro, quando a forma verbal regente estiver distante da forma regida, apesar da identidade dos sujeitos, será preferível, para clareza, o infinitivo pessoal: ‘Possas tu, descendente maldito de uma tribo de nobre guerreiros, implorando cruéis forasteiros, seres presa do vi Aimorés’ (Gonçalves Dias).
Com essas seis maneiras de uso flexionado, poderemos solucionar, no mínimo, noventa por cento de nossas dúvidas quanto ao infinitivo. Os outros dez por cento serão resolvidos com a constante leitura de bons textos.

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