Geral
Leia Amplavisão, por Manoel Afonso
AS FÉRIAS legislativas permitem a abordagem mais profunda de temas relacionados a vida pública, personagens, eleições e aspectos gerais do sedutor mundo do poder. O texto visa convidar o eleitor a refletir e analisar esse universo.
NA MOSCA! O grande Henry Kissinger foi mais preciso ao sintetizar: O poder é o afrodisíaco mais forte. Já A. Lincoln foi mais longe ao lembrar: Quer conhecer o caráter de um homem, dê-lhe o poder. Ambas bastam!
APÊGO Hillary digeriu o adultério em nome do poder e de seu projeto político pessoal. Divórcio na Casa Branca seria o fim. Saiu fortalecida, negociou a candidatura com Obama e virou chanceler. Clynton saiu um trapo.
O PODER Para alguns, chega a fase da vida em que o dinheiro não é mais problema. Digamos assim: patrimônio construído, aposentadoria garantida e ponto final. É hora de massagear o ego, de correr em busca do poder de notoriedade.
PERAÍ... Mergulhar nas águas profundas da política exige jeito/tempo. Lembra o cidadão que resolve praticar pesca submarina. Apesar dos equipamentos sofisticados, fracassa e quase acaba morrendo afogado. Um vexame.
CLARO! Digo sempre que preferimos as mentiras leves que as verdades duras. Daí que os pretendentes ao poder preferem o refugio na utopia. Conheci um candidato a prefeito no interior que na campanha se inspirava lendo Che. Dançou.
AS URNAS são cruéis. Revelam ao candidato o seu tamanho, sua aceitação (naquele momento) que ele próprio não admite ou finge ignorar. A derrota é o atestado inquestionável, com firma reconhecida pelo eleitorado.
CONCORDO: é a omissão de gente competente e bem intencionada que abre espaço para os oportunistas na vida pública partidária. Vale recordar o velho ditado: política é coisa séria demais para deixar nas mãos de qualquer um.
OS CONCEITOS acima são aplicáveis independentemente da dimensão do colégio eleitoral. Nas grandes cidades a mídia coloca os pretendentes na vitrine; no interior o conhecimento pessoal do dia a dia norteia e facilita a escolha.
QUESTÕES A felicidade que o poder proporciona tem tempo de validade. Os políticos idem. É preciso trabalhar a cabeça para não entrar em parafuso ou em depressão lá na frente, na volta pra casa. Não há terapia que dê jeito.
ANTES-DEPOIS Casa cheia, convites diários para eventos e solenidades, badalação, nome/fotos na mídia, compõem o quadro glamoroso. Caixa do correio vazia, sumiço dos amigos, fim dos telefonemas e o esquecimento da mídia.
MEMÓRIAS Poucos políticos ousam publicá-las. Há um risco imenso de injustiças, obscuridades e principalmente de contradições. Quem ficou pobre se sente injustiçado, quem está rico nem sempre tem como usufruir da mesa farta.
NO BRETE A confirmação do recebimento da denúncia pelo TJMS contra Zeca do PT e a tchurma da farra da publicidade é mais um duro golpe que terá reflexos na campanha de 2012. Sem mandato, todos voltam a ser mortais.
MAIS UMA... MPE denunciando Zeca, João Roberto Baird, mais 7 pessoas por crime de improbidade administrativa/enriquecimento ilícito que envolveria a aquisição de 6 fazendas em nomes de supostos laranjas. É esperar pra ver.
MAMÃE EM QUERO... Camiseta/calça esportiva/ tênis; o novo visual do jornalista Antonio João. Dica de marqueteiro? Até quando? O cap do PSD distribui folhinha-calendário com sua foto no projeto eleitoral de 2012.
CORRUPÇÃO Não é invenção brasileira, mas a impunidade é coisa nossa. (Jô Soares) Brasil estranho país de corruptos, sem corruptores. (Luiz F. Veríssimo) As duas definições são precisas sobre um assunto tão em voga.
CONCLUSÃO genial de Pedro Simon Sou obrigado a reconhecer que, com toda a corrupção que vejo de um tempo para cá, aquilo que encontramos no governo Collor deveríamos ter enviado para o juizado de pequenas causas!
DILMA Esqueçam aquela imagem de gerentona implacável no combate a corrupção. Ela esqueceu o discurso de campanha e trocou a coragem pela acomodação. Sua postura nos últimos escândalos mostram exatamente isso.
MESMICE As eleições de 2012 facilitam a corrupção. O Governo quer consolidar os espaços conquistados e preparar o terreno para a sucessão presidencial. Isso implica em grandes projetos, principalmente nas grandes cidades.
O BRASIL assiste pasmo as denúncias envolvendo as obras nas cidades que sediarão a Copa. O Governo aproveita a paixão cega do povo pelo futebol e crava fundo. Tudo será usado como material de propaganda na sucessão do Planalto.
A EXEMPLO da reforma política e fiscal, o combate à corrupção fica pra depois. O parque industrial sucateado. Só exportamos matéria prima; somos engolidos pela China. Muitos se contentam com cestas básicas/ajudas oficiais. Lamentável.
OPOSIÇÃO Ela faz lembrar a frase latina de Cícero: O tempora! O mores! (Que tempos! Que costumes!) Definhada, desunida e sem vontade de enfrentamento. Cada qual no seu canto, pela sobrevivência de seus pares.
Com o tempo, os detalhes estragam qualquer biografia. (Luis F. Veríssimo)
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