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Leia a íntegra do Café com o Presidente

Agência Brasil - 12 de novembro de 2007 - 08:03

Brasília - Apresentador: Olá, você, em todo o Brasil. Começa agora o programa de rádio do presidente Lula. Tudo bem, presidente?

Presidente: Tudo bem, Luiz.

Apresentador: Presidente, na semana passada, foi anunciada a descoberta da maior área petrolífera do país. O que isso significa para o Brasil?

Presidente: Olha, significa que o Brasil passa a ser um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Obviamente que esse petróleo, ele não vai conseguir ser extraído amanhã. Ele vai ter que esperar, pelo menos, uns cinco ou seis anos enquanto a Petrobras se prepara, do ponto de vista tecnológico, para chegar no petróleo que é quase 6 a 7 mil metros de profundidade. Temos tecnologia para isso, a Petrobras tem possibilidade, agora isso precisa um pouco mais de estudo, de mais investimento em tecnologia, para que a gente possa fazer com que esse petróleo comece a gerar as riquezas que nós tanto precisamos. E também porque o Brasil, a partir daí, passa a ser um grande exportador de petróleo. E eu acho que foi uma benção de Deus para o Brasil de ter uma empresa que tenha acreditado em pesquisar petróleo em tanta profundidade como a Petrobras. É uma área de 800 quilômetros de extensão e praticamente 200 quilômetros mar a dentro. Ou seja, eu acho que o Brasil está de parabéns e a Petrobras está de parabéns por termos encontrado esse campo petrolífero.

Apresentador: E como ficam os biocombustíveis com essa super reserva de petróleo, presidente? O Brasil vai abandonar um pouco essa nova tecnologia?

Presidente: Veja, pelo contrário. A questão do biocombustível, ela tem duas finalidades importantes. Primeiro, aumentar a importância do Brasil na matriz energética mundial que queremos construir para combater a poluição do planeta. Todos nós sabemos do aquecimento do planeta e todos nós sabemos que o petróleo é um dos causadores desse problema. Portanto, nós vamos continuar investindo nos biocombustíveis. Eu continuo dizendo que é inexorável que o mundo vai ter que adotar uma mistura do biocombustível no petróleo. Nós já estamos no etanol, o Brasil já mistura 25%. A Europa decidiu, até 2020, misturar 10%. E nós começaremos em janeiro a misturar 2% de biodiesel no óleo diesel. Depois, nós vamos para cinco, depois para dez, ou seja, quando todo mundo tiver fazendo isso, nós vamos poder diminuir a emissão de CO2 e vamos poder gerar milhões de empregos no Brasil, na América Latina e na África, que tem uma área enorme para ser plantada, e ajudar a agricultura familiar.

Apresentador: Você está ouvindo o Café com o Presidente. Esta semana falamos sobre a descoberta da maior reserva de petróleo do país. Presidente, por que a Agência Nacional de Petróleo, a ANP, retirou 41 blocos de áreas petrolíferas do leilão que vai ocorrer em breve?

Presidente: Olha, o Conselho Nacional de Política Energética se reuniu e decidiu, em função desse fato relevante da descoberta de um campo em que já está provado que tem petróleo de boa qualidade em grande quantidade, nós resolvemos suspender o leilão de todos os blocos que estão dentro dessa área de 800 quilômetros. Obviamente que alguns ficaram porque aqueles blocos que tinham sido leiloados antes dessa decisão, os contratos continuarão. Por exemplo, o campo de Tupi tem uma parceria de 10% da empresa de Portugal, de 25% de uma empresa inglesa e 65% da Petrobras. Esse campo continua no leilão. Aqueles que estão dentro e que não tinham sido leiloados ainda, nós tiramos. Mas continua o leilão e, portanto, a rodada número nove vai ser feita, a nona rodada vai ser tranqüila. Tinha mais de 300 poços, nós tiramos 41, portanto, tem mais de 270 blocos aí a serem leiloados.

Apresentador: O senhor acabou de participar da 17ª Cúpula de Chefes de Estado de Governo Ibero-Americanos. Quem participou desse encontro também no Chile foi o presidente boliviano Evo Morales. Vocês chegaram a conversar sobre a questão do fornecimento de gás da Bolívia para o Brasil? O senhor dizia, na semana passada, que não existe crise nesse setor de gás no Brasil por enquanto. Como está essa questão?

Presidente: Luiz, a conversa com a Bolívia foi muito importante. Primeiro porque você sabe que o Brasil hoje depende do gás da Bolívia, a Argentina depende do gás da Bolívia, o Chile depende do gás da Bolívia e nós precisamos fazer investimento na Bolívia para que a gente possa produzir mais para atender o mercado interno da Bolívia, o mercado interno brasileiro, o mercado argentino e o mercado chileno. Agora, além disso, a Petrobras está investindo muito aqui dentro, desde a decisão que nós tomamos há dois anos no Conselho Nacional de Política Energética, a Petrobras já está investindo muito. A Petrobras não vai fazer uma opção de investir aqui ou ali, ela vai investir aonde puder investir para que a gente possa dar tranqüilidade à sociedade brasileira. Num primeiro momento, o gás tem prioridade para termelétrica. Ou seja, quando os lagos que produzem energia elétrica tiverem num nível muito baixo, nós acionaremos imediatamente as termelétricas-gás. Num segundo momento, a Petrobras precisa atender às suas próprias necessidades porque ela precisa reinjetar gás para tirar petróleo. Aí, depois, ela pode oferecer para as indústrias, oferecer para os carros, oferecer para quem quiser. E nós estamos trabalhando com a certeza de que logo, logo, o Brasil também será independente na questão da produção de gás.

Apresentador: Ok, presidente. Obrigado e até a semana que vem.

Presidente: Obrigado, a você, Luiz, e até a próxima semana.

Apresentador: Nós voltamos na segunda-feira que vem. Obrigado a você que nos acompanhou em todo o país e até lá.


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