Lavador de carros, sem-teto, mas sempre bem humorado e muito querido por todos que o conheciam.
Assim era José da Silva e Souza, de 43 anos, que na madrugada de hoje foi vitima de um crime cruel: foi queimado vivo enquanto dormia na calçada de um bar num dos bairros mais tradicionais de Fortaleza. Seu agressor teria jogado gasolina sobre ele e ateado fogo. Quem viu a cena, diz que jamais vai esquecer.

- Ele correu gritando com as labaredas subindo mais de dois metros de altura. - contou o taxista Antonio Silva, que voltava de uma corrida e presenciou o desespero da vítima.

Lembrando o caso do índio pataxó, Galdino dos Santos, assassinado da mesma maneira em Brasília, em 1997, o taxista disse que nunca pensou que a mesma coisa fosse acontecer no Ceará.

José da Silva foi socorrido e levado para o Centro de Tratamento de Queimados do maior hospital da cidade, o Instituto José Frota, onde não resistiu e morreu, segundo o médico Paulo Régis Teixeira, que chefiava o plantão.

- Ele tinha queimaduras de 2º e de 3º graus em 90% do corpo e nós vimos que o estado dele era gravíssimo, mesmo que estivesse respirando normalmente. Ele tinha poucas chances de sobreviver.

Enquanto o corpo do lavador de carros ainda encontra-se no Instituto Médico Legal para autópsia, a policia procura o assassino. A pista mais importante foi dada por outros “flanelinhas” que atuam na área da Praça da Imprensa onde há um ponto de táxi. O criminoso seria outro sem-teto, mais jovem. A causa do crime: uma mulher.