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Juros do cheque especial têm o menor patamar desde 2000

Stênio Ribeiro / Campo Grande News - 23 de março de 2004 - 14:33

A taxa média dos juros cobrados pela rede bancária no cheque especial das pessoas físicas foi de 142,9% em fevereiro, com queda de 0,6 ponto percentual em relação a janeiro, e acumula redução de 30,2 pontos percentuais nos últimos doze meses. Situa-se, portanto, no nível mais baixo desde maio de 2000, de acordo com o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, ao divulgar, hoje, o relatório de Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro.

Segundo ele, houve queda acentuada também nas operações de crédito pessoal, com taxa média de 76,6% no mês passado, ante taxa de 79,1% em janeiro, somando redução de 22,3 pontos percentuais no acumulado de doze meses, e retorna aos mesmos níveis dos juros cobrados em junho de 2001.

Os bancos também reduziram, de 66,3% para 65,4% a taxa média para aquisição de bens em geral, sendo que a redução mais significativa aconteceu no financiamento de veículos, que era de 36,1% e caiu para 35,7%, com redução de 17,5 pontos percentuais em um ano.

Mas, nas operações de crédito com empresas o comportamento foi diferente, em virtude do aumento dos custos de captação, em decorrência da interrupção da redução da taxa Selic, nos dois primeiros meses do ano, conforme o economista do BC. Somado ao crescimento da inadimplência de 0,5 ponto percentual das pessoas jurídicas, contra apenas 0,2 ponto percentual da pessoa física, as taxas nos financiamentos empresariais se mantiveram estáveis ou levemente acima daquelas cobradas no mês anterior.

Caso, por exemplo, dos juros sobre desconto de promissórias, que subiu de 53,2%, em janeiro, para 54,7%, no mês passado. Ou, então, dos empréstimos para capital de giro, que evoluíram de 36,5% para 37,9%, enquanto a taxa para desconto de duplicatas aumentou de 42,9% para 43,3%. Mas, no acumulado de doze meses, essas carteiras tiveram quedas significativas, de acordo com Altamir Lopes, embora menores do que nos empréstimos a pessoas físicas, até porque os juros pessoais são bem mais altos e têm mais gordura para queimar.

O mesmo não se pode dizer, porém, em relação aos "spreads" (diferenças cobradas pelos bancos entre captação e aplicação). Enquanto a taxa básica de juros caiu de 26,5% para 16,5% ao ano, entre junho e dezembro do ano passado, o "spread", no entanto, médio no mesmo período baixou de 33,2% para apenas 30%, descendo a 29,4% no mês passado. Caiu de 50% para 48,6% nos financiamentos pessoais, e aumentou de 14,3% para 14,4% para pessoas jurídicas.

Apesar disso, as operações de crédito do sistema financeiro somaram R$ 412,1 bilhões em fevereiro (25,6% do Produto Interno Bruto), com aumento de 0,7% na comparação com janeiro, de acordo com Altamir. A demanda de recursos pelas empresas esteve associada, principalmente, ao incremento das exportações e à recomposição dos fluxos de caixa. Os bancos privados participaram com R$ 246,2 bilhões (mais 1,5% no mês) e as instituições públicas emprestaram R$ 165,9 bilhões (menos 0,4%).

A parcela correspondente aos recursos direcionados somou R$ 157,6 bilhões, com destaque para as áreas de habitação, com R$ 23,035 bilhões (0,3% a menos que no mês anterior), e da agroindústria, com R$ 45,319 bilhões (crescimento de 1,3%), além dos investimentos diretos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no valor de R$ 40,530 bilhões, e seus repasses no total de R$ 46,817 bilhões.

O volume de operações de crédito para o setor privado atingiu R$ 396,6 bilhões, enquanto R$ 15,5 bilhões foram para o setor público. Em recursos, as maiores contratações foram feitas pela indústria (R$ 114,2 bilhões), empréstimos pessoais (R$ 91,6 bilhões) e comércio (R$ 43,8 bilhões).

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