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Júri: acusados de matar garoto em ritual de magia negra

TJGO - 27 de setembro de 2007 - 06:44

Foi registrada hoje (26) sentença do juiz substituto André Avancini D’Avila, da 1ª Vara Criminal de Goiânia, que mandou a júri popular o pai-de-santo William Domingos da Silva e a esteticista Elsa Soares da Silva. Eles são acusados de ter matado Michael Mendes, de 4 anos, num ritual de magia negra, na noite de 8 de abril de 1989, dentro do terreiro de candomblé Axê Ilê Oxalufâ, situado no Setor Rio Formoso. Ambos serão julgados por homicídio com três qualificadoras (circunstâncias que podem aumentar a pena): crime cometido por motivo torpe, com uso de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Na sentença, André Avancini observou que, embora as defesas de William e Elsa tenham pedido suas absolvições sob alegação de serem inocentes, as provas constantes dos autos, sobretudo as testemunhais, são suficientes para indicar a participação dos dois no crime.

Os outros dois acusados de participação no crime - o mestre de candomblé Alexandre dos Santos Silva Neto e a faxineira Eva dos Santos Marinho - já morreram. De acordo com denúncia do MP, Michael Mendes morava com uma tia, que era vizinha de Elsa e freqüentava seu salão, eventualmente acompanhada do garoto. Decepcionada com sua vida amorosa, uma vez que seu companheiro a deixou por um homem, Elsa recorreu ao pai-de-santo em busca de um ritual de magia negra que pudesse desfazer o novo relacionamento dele.

Para tanto, ela usou o garoto que foi sacrificado num ritual de magia negra coordenado por Willian com o objetivo de resolver os problemas amorosos dela. Raptado, o menino foi amordaçado e passou por um ritual de sacrifício que envolveu, entre outras crueldades, espancamento, retirada de três dentes, amputação de todos os dedos das mãos para, ao final, ser decapitado.

Apesar da tentativa de ocultação do cadáver, o corpo do menino foi encontrado 20 dias depois do fato, semi_enterrado, com a barriga para baixo e a cabeça virada para cima. Ao lado do corpo havia sete copos descartáveis brancos, um pente de cabo vermelho, plástico de buquê de flores, fitas vermelhas, velas amarelas e vermelhas, cigarrilhas, talco, pingas, cerveja, vinho jurubeba, champanhe, uma caixa de papelão e um vidro de esmalte que tinha escrito, em seu rótulo, a palavra "pomba-gira", que segundo a promotoria significa uma entidade espiritual que exige sangue humano. (Patrícia Papini)

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