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Julgamento de Hidelbrando Pascoal deve prosseguir

Vladimir Platonow /ABr - 28 de novembro de 2006 - 05:53

Brasília - O julgamento do ex-deputado Hildebrando Pascoal, acusado de ter comandado um esquadrão da morte no Acre, só deve terminar na quarta-feira (29). Ele está sendo julgado pela morte do soldado do Corpo de Bombeiros Sebastião Crispim, ocorrida em Rio Branco, em 1997. O julgamento começou às 10 horas de hoje (27), na Justiça Federal, em Brasília.

Hildebrando falou durante quatro horas seguidas em sua defesa, alegando inocência na morte de Crispim, que era testemunha de acusação no caso do assassinato de duas pessoas – pai e filho – mortos com uso de serra elétrica e jogados em um caldeirão fervente, também em 1997.

O advogado de defesa, Sérgio Habib, da Defensoria Pública, adiantou que as duas principais linhas de trabalho serão a negativa de autoria e a afirmação de que houve um complô para prejudicar Hildebrando.

“As provas no processo são frágeis. As pessoas que o acusam também são réus no processo e foram beneficiadas com a delação premiada, o que enfraquece a acusação”, disse Habib.

Já o procurador da República Vladimir Aras, encarregado da acusação, garante que as provas são fortes. “Ele está exercendo um direito de defesa, na expectativa de convencer os jurados, mas o Ministério Público entende que as provas dos autos são bastante robustas”, disse Aras. Ele ironizou a declaração feita por Hildebrando no início do julgamento de que seria “um preso político”: “Ele não é um preso político, na verdade ele é um ex-político preso”.

São três as acusações contra o ex-deputado: ser mandante do homicídio de Crispim, usar de violência contra a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) do Ministério da Justiça e participar de quadrilha armada, crime pelo qual já foi condenado em julgamento anterior. Segundo o procurador, a expectativa é que Hildebrando seja condenado a 21 anos de prisão.

O ex-deputado está preso há sete anos e cumpre pena de 65 anos por tráfico de drogas, formação de quadrilha, posse ilegal de arma, homicídio do policial civil Walter Ayala, em setembro de 1997, e crime contra o sistema financeiro nacional, por usar nomes de laranjas para movimentar dinheiro.

Hildebrando sustentou que foi perseguido pelo Poder Judiciário do Acre porque decidiu lutar contra os altos salários dos juízes. “Angariei antipatia de muitos desembargadores, mas meu compromisso sempre foi com a ética e a verdade”, disse.

Ele chorou ao final de sua defesa, quando se dirigiu diretamente aos sete jurados.

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