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Juíza escreve: "Luta por Igualdade no Mês da Mulher"

Luciane Buriasco (*) - 28 de março de 2015 - 10:07

Juíza escreve: "Luta por Igualdade no Mês da Mulher"

No mês de março se comemorou o Dia Internacional da Mulher. Não é dia de flores, nem de bombons, ou parabéns. É dia de se refletir sobre os avanços na luta pela igualdade efetiva dos gêneros. O Tribunal de Justiça de nosso Estado fez campanha intitulada Paz – Nossa Justa Causa.

A igualdade legal é recente. O direito ao voto no Brasil data de 1932; a mulher casada não precisar da outorga marital (assinatura do marido ao contratar) data de 1977; e igualdade mesmo apenas com a Constituição Federal, em 1988.

Na prática, as mulheres brasileiras são responsáveis por 37,3% dos lares e vem se escolarizando até mais que os homens, mas escolhem áreas como Educação e Humanidades e Artes, que são as de menores rendimentos mensais médios. Na área jurídica, a procura é mais igual, mas os rendimentos das mulheres representam 66,3% em relação aos dos homens. Os dados são do IBGE.

Os números da violência são assustadores. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 30% das mulheres têm sua primeira relação sexual forçada. E 52% são vítimas de assédio sexual.

No imaginário de muitos (homens e mulheres), as mulheres ainda são objeto de satisfação sexual, propriedade. Ou não haveriam tantos estupros e assédios no trabalho, na família, em transportes públicos. Ou mesmo prostituição, em todas suas formas.

Na educação dos filhos inicia-se a transmissão dessa cultura, atribuindo-se tarefas diversas para meninos e meninas.

Questões ligadas à divisão de tarefas no lar, à educação dos filhos, livre administração dos bens, senão a própria violência física ou psicológica, ainda permeiam os lares dos brasileiros, dos mais aos menos favorecidos.

A igualdade entre os gêneros, na lei e no cotidiano, demorou a surgir na história da humanidade, mas têm até avançado com relativa rapidez. O cenário, contudo, ainda é muito ruim para a mulher.

Não é uma disputa, e de nada adiantaria ganhar dos homens. O que se quer é respeito, mudança cultural, mesmos direitos e possibilidades fáticas, para que ambos os gêneros, afinal, possam realizar suas potencialidades, em mútuo apoio, sem fardo pesado demais para ninguém.

(*) Luciane Buriasco Isquerdo é juíza da 2ª Vara Cível e Criminal da Comarca de Cassilândia.

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