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Jovens também podem ser vítimas da osteoporose

Agência Notisa - 15 de setembro de 2004 - 08:22

Embora sejam raros casos da doença entre jovens, o cuidado com a saúde dos ossos deve começar ainda na infância. Afinal, o pico de massa óssea é adquirido até o final da segunda década de vida e, quanto melhor for esse pico, maior a proteção contra a osteoporose durante o envelhecimento.

O primeiro alerta sobre a osteoporose foi direcionado às mulheres, que, após a menopausa, ficam especialmente vulneráveis ao problema. Mas, depois, estudos mostraram que, na terceira idade, os homens também não podem menosprezar o risco da doença. Só que, na verdade, o cuidado com a saúde dos ossos deve começar bem antes, ainda na infância. Isso porque o pico de massa óssea é adquirido até o final da segunda década de vida e, quanto melhor for esse pico, maior a proteção contra a osteoporose durante o envelhecimento. Ou seja: pais e médicos precisam estar atentos aos fatores que interferem na formação dos ossos dos jovens, como a presença de doenças crônicas, o uso de remédios, os hábitos alimentares e o estilo de vida, entre outros. Até porque, apesar de relativamente raros, há casos de osteoporose entre crianças e adolescentes.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a osteoporose é uma doença metabólica caracterizada pela diminuição da massa óssea e pela deterioração da microarquitetura do tecido ósseo. Como conseqüência desses processos, os ossos se tornam frágeis e mais suscetíveis a fraturas. “O pediatra tem a responsabilidade de garantir as condições necessárias para que crianças e adolescentes desenvolvam a melhor qualidade possível de massa óssea, evitando fraturas na idade adulta”, dizem Lúcia Campos e sua equipe, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em artigo publicado na Revista de Pediatria (número 79; volume 6). Segundo os autores, jovens do sexo feminino e da raça branca, em geral, têm os menores picos de massa óssea. Outros fatores de risco para esse problema são a puberdade tardia, a baixa ingestão de certos nutrientes (como cálcio, vitaminas e calorias), o tabagismo, o excesso no consumo de bebidas alcoólicas, o peso inadequado para a idade e a pouca atividade física.

Como a osteoporose em crianças costuma não apresentar sintomas, a investigação minuciosa dos fatores de risco é essencial para a identificação da doença. Porém, “na infância, a osteoporose é geralmente secundária a doenças crônicas”, lembram Lúcia e sua equipe no artigo. A osteoporose pode, portanto, ser causada por uma série de outras enfermidades, como inflamação intestinal, desnutrição, leucemia, insuficiência renal, asma, hipertireoidismo e anorexia nervosa. Os medicamentos usados no combate a tais doenças também podem afetar os mecanismos de reabsorção óssea, de modo que os ossos ficam mais fracos. Além disso, as enfermidades crônicas podem exigir que os jovens fiquem de cama por períodos longos, sem praticar atividade física. Resultado: “diminuição da tensão mecânica sobre os ossos e conseqüente diminuição do estímulo para sua formação”, explicam os autores no artigo.

Para a proteção dos ossos de jovens vítimas de doenças crônicas, é essencial o cuidado com a dieta. Ela deve ser rica em alimentos como leite e seus derivados, que contêm elevado teor de cálcio. Já carnes vermelhas e refrigerantes devem ser evitados. “Recomenda-se ainda a restrição da ingestão de sódio, pois, quando ingerido em grandes quantidades, aumenta a excreção renal de cálcio”, alertam Lúcia e sua equipe no artigo.

Agência Notisa (jornalismo científico - scientific journalism)

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