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Jovens amarram, agridem e insultam gêmeos de 9 anos

Campo Grande News - 11 de outubro de 2013 - 18:00

Dois meninos de nove anos foram amarrados, agredidos e insultados por três jovens no último dia 9 no bairro Eldorado, em Campo Grande. Segundo o pai dos gêmeos, um servente de pedreiro de 50 anos, que preferiu não se identificar, as crianças foram vítimas de racismo.

Testemunhas viram a cena e relataram que os rapazes, dois de 18 e um de 17 anos, tomavam tereré em frente a residência quando teriam se irritado com a brincadeira dos garotos. As crianças foram levadas para a parte de trás de um veículo, tiveram as pernas e braços amarrados por uma corda e foram insultadas e agredidas.

“É difícil você voltar do trabalho, chegar à rua da sua casa, ver um rolo todo e perceber que seus filhos foram maltratados por uma pessoa que mora na casa ao lado. Já tem 13 anos que eu moro aqui no bairro e tem seis que eu conheço a família dos rapazes”, lamenta o pedreiro, lembrando que as agressões ocorreram por volta das 18h.

O pai contou que chegou a conversar com os acusados para saber o que houve. No entanto, os três jovens negaram as acusações e falaram que ninguém possui prova do ocorrido. “Algumas pessoas chegaram a falar que foi brincadeira de criança, mas se fosse com o filho deles não seria brincadeira”, conta.

Depois do ocorrido, todos foram para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), onde o caso foi registrado. Para o servente, a justiça deve ser feita. “Não quero indenização, nem dinheiro. Eu quero justiça, que eles paguem com trabalho o que eles fizeram, senão amanhã ou depois vão fazer pior com outras crianças. Eu prefiro bater concreto o dia inteiro do que ganhar um centavo por causa do que aconteceu”, afirmou.

As crianças vítimas de agressões e racismo estudam no período matutino e ficam com a mãe, uma costureira de 44 anos, durante a tarde. Na última quarta-feira, os dois estavam sozinhos porque a mulher havia saído para entregar uma encomenda. Além dos gêmeos, o casal possui outro filho de 12 anos e uma filha de cinco.

“Meus filhos estão com medo de sair de casa. Outras crianças sempre tiraram sarro deles porque são negros e pobres, mas foi a primeira vez que aconteceu uma coisa dessas. Eu já tinha vontade de mudar de cidade e voltar para o interior de São Paulo, agora, essa vontade aumentou”, concluiu.

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