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Jovem ainda tem preconceito contra mãe solteira

Cecília Jorge/ABr - 08 de março de 2004 - 16:19

A gravidez em adolescentes e, principalmente, o fato de elas assumirem sozinha um filho ainda é tabu no país. É o que revela o livro “Juventude e Sexualidade”, lançado nesta segunda-feira pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura).

Dos estudantes de 10 a 24 anos ouvidos para a elaboração do livro, entre 2,2% e 4,7% afirmaram que não gostariam de ter como colegas de classe mães solteiras. “Aparentemente, tais proporções parecem baixas, contudo são preocupantes, tratando-se de preconceitos”, afirmam as coordenadoras da pesquisa. Entre os pais, o preconceito é maior, sendo que 7,5% declararam ser contrários à idéia de que seus filhos estudem junto com mães solteiras.

A pesquisa foi realizada em 14 cidades brasileiras com 16.532 estudantes de 10 a 24 anos. O estudo foi feito em Belém, Cuiabá, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Maceió, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Vitória e Distrito Federal.

A taxa de abandono dos estudos por causa da gravidez é maior em Belém (6%) e Macapá (6,1%). Nas outras capitais, o índice varia de 3,5% a 0,2%. “Uma das questões que está colocada no pacto pela redução da mortalidade materna é justamente a necessidade de trabalhar desde a juventude uma concepção de saúde integral da mulher para que possamos reduzir as taxas que temos hoje”, comentou a secretária especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéia Freire.

A pesquisa indica que a idade média da primeira relação sexual é mais baixa entre os alunos do sexo masculino, variando de 13,9 a 14,5 anos. Entre as jovens, a iniciação sexual ocorre, em média, entre 15,2 e 16 anos. Mais de 10% das crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos já fizeram sexo.

O estudo também mostra mudanças de comportamento quanto à importância da virgindade. Os homens tendem a dar menos importância à virgindade que as mulheres. Em média, 68% afirmam não dar importância a essa questão. Quando o assunto é a virgindade masculina, o resultado é inverso: mais homens se mostraram favoráveis à virgindade até o casamento do que as mulheres.

A pesquisadora Mary Castro ressalta que, apesar da imagem de promiscuidade que os adultos costumam fazer dos jovens, a pesquisa mostra que eles preferem ter apenas um parceiro. Em média, 70% dos adolescentes afirmam que tiveram relação sexual com apenas um parceiro. Na maioria das capitais pesquisadas, 80% recusam a perspectiva da existência do amor sem fidelidade. E mais de um terço acredita que seus parceiros fazem sexo apenas com eles.

O método contraceptivo mais usado é a camisinha, seguido pela pílula anticoncepcional e a tabelinha. Em média, mais da metade dos entrevistados, em todas as cidades pesquisadas, disseram que usam preservativo em todas as relações sexuais. Apenas em Fortaleza e Salvador, os resultados revelaram menor preocupação dos jovens em se prevenir contra a gravidez e as doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids – 36% e 39,2%, respectivamente, disseram que sempre usam camisinha.

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