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José Dirceu fala sobre o Caso Diniz aos prefeitos do PT

Nelson Mota/ABR - 17 de março de 2004 - 08:33

O ministro da Casa Civil, José Dirceu, disse que passou nesses últimos 32 dias, por causa do caso Waldomiro Diniz, os piores momentos de sua vida. "Eu durmo, como bem, eu tenho a consciência tranquila, mas, evidentemente, não me conformo com a minha incompetência de não ter me dado conta e não ter resolvido esse problema. Me dói no fundo da alma, eu ter sido responsável", disse o ministro.

Dirceu, ao falar no Fórum de Políticas Públicas realizado no Hotel Nacional em Brasília com a participação de prefeitos e prefeitas do PT, lembrou que o caso Waldomiro não está acontecendo só pelo que se passou na Casa Civil e na subchefia que Waldomiro Diniz dirigia. "Evidentemente que isso desencadeou todo um processo político, todo um processo de tentativa de desestabilizar e enfrentar o governo. Legítimo, faz parte da luta política e democrática brasileira. Não estou aqui deitando lágrimas de crocodilo e nem chorando. Pra mim foi muito duro, por tudo que eu fiz na vida. Mas como diz o meu presidente João Paulo, "a vida é dura", desabafou Dirceu.

O ministro da Casa Civil emocionado, disse que vai superar o problema. Quanto às decisões que tomou, segundo ele, foram as mais acertadas: "de ir ao Congresso Nacional fazer uma declaração oficial, depois de dar uma entrevista pra Veja. Tomamos, o partido, a base aliada, as decisões que considerávamos mais acertadas com relação a CPIs e com relação a minha ida, ou não, no Senado da República, proposta pelo meu companheiro e amigo senador Suplicy, legitimamente, democraticamente. Muito de nós, e eu mesmo, ficamos, às vezes, indignados porque o nosso senador faz isso. Mas é da natureza dele, é da natureza do nosso partido, é da natureza da democracia brasileira, então vamos conviver democraticamente com isso", destacou.

"Eu assumo a responsabilidade de todos os meus atos por tudo que fiz, nesses trinta e tantos dias. Não parei de trabalhar um só dia. Parei de trabalhar umas manhãs, porque tive de cuidar do inevitável que era enfrentar essa conjuntura política. Continuei trabalhando mas não fazendo aquilo que eu devia fazer, ser chefe da Casa Civil", completou José Dirceu.

Aos prefeitos e prefeitas do partido, o ministro da Casa Civil, José Dirceu, fez questão de dizer quer todos que fazem parte do governo vão continuar administrando o país. "Nós continuamos governando o Brasil e vamos levar o Brasil a um porto seguro, porto da esperança. Não não nos impressionemos com essa retórica toda que está sendo feita, porque ela não corresponde à realidade, a força que o país tem, a força política e social que nós temos, a coesão do governo, a determinaçâo do presidente e aos objetivos que nós temos. Pode demorar mais ou menos tempo, podemos cometer mais ou menos erros, mas nós vamos cumprir os nossos compromissos com o Brasil, particularmente com vocês e com o PT", afirmou o ministro.

Quanto à política econômica, o ministro da Casa Civil José Dirceu fez questão de destacar que não haverá mudanças contra o ministro da Fazenda, Antônio Palocci. "Não é verdade que no núcleo do governo exista oposição às medidas que são adotadas e que o presidente decide. Existe solidariedade, coesão e apoio. Mas nós não somos vacas de presépio e nem somos um partido ou um governo anti-democrático. Nós debatemos, discutimos e fazemos propostas no partido e no governo e não vamos deixar de fazê-lo. Temos liberdade que o presidente nos dá e temos liberdade porque o partido tem esse caráter. Não devemos temê-la . Temos de exercitá-la, mas devemos saber como exercitá-la", finalizou José Dirceu.

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