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Jornalistas questionam cobertura do seqüestro em SP

Pedro Peduzzi/ABr - 19 de outubro de 2008 - 07:30

Brasília - A cobertura do seqüestro de duas menores em Santo André, São Paulo, foi um dos casos mais comentados na mesa redonda que abriu o 2° Encontro de Professores de Jornalismo do Distrito Federal, Goiás e Tocantins. Formada pelos jornalistas Sylvio Costa, André Deak, Gustavo Krieger e Vicente Tardin e pelos professores do curso de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) Zélia Leal e David Renault, a mesa teve por tema a formação e o papel do jornalista multimídia na sociedade moderna.

A necessidade de noticiar rapidamente os fatos, segundo a professora e jornalista Zélia Leal, tem relação direta com o erro cometido pelos veículos que anunciaram, ontem (17), a morte de Eloá Cristina Pimentel, uma das menores seqüestradas. Apesar do estado gravíssimo em que se encontra, Eloá está viva, internada no Centro Hospitalar Santo André, em São Paulo.

“Ontem, a versão online de um jornal paulista 'desmatou' uma garota. E, infelizmente, a manchete errada, publicada anteriormente, se espalhou por diversos outros sites”, lamentou Krieger, do jornal Correio Braziliense.

Segundo Krieger, nem todo jornalista tem a preocupação de checar a veracidade da informação antes de publicá-la. “Já ouvi colegas dizendo que é melhor dar a notícia errada antes do que a certa depois”.

“Um outro caso interessante de ser lembrado é o da eleição do [ex-deputado] Severino Cavalcanti para a Presidência da Câmara dos Deputados. Toda a imprensa errou, ao tentar antecipar a vitória do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh”, acrescentou o diretor do site Congresso em Foco, Sylvio Costa.

A adaptação dos jornalistas às novas tecnologias foi muito debatida na mesa redonda. Autora de um estudo comparativo entre o jornalismo online brasileiro e o francês, Zélia Leal questionou a real motivação de as empresas jornalísticas motivarem o perfil multimídia dos jornalistas.

“Na absoluta maioria dos casos, a motivação é exclusivamente econômica, e não a busca pela qualidade”, argumentou. “A exploração do trabalho do profissional jornalista pode – mas não precisa – ser a motivação das empresas”, complementou Krieger.


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