O fechamento do escritório comercial do Brasil em Taiwan, provocado pelas várias ameaças de ataque dos simpatizantes da família paterna do menino Iruan Wu, foi o motivo de uma reunião entre autoridades do Ministério das Relações Exteriores e o chefe do Escritório Comercial e Cultural de Taiwan em Brasília, Louis Chou.

No encontro, o Itamaraty responsabilizou as autoridades de Taiwan pela segurança e integridade física de Iruan e de sua família, dos funcionários da representação diplomática e do chefe do escritório, o diplomata Paulo Antonio Pereira Pinto, que é representante legal da avó do garoto, Rosa Leocádia Ergui, moradora de Canoas (RS).

Na manhã dessa segunda-feira, Paulo Pinto deu uma entrevista exclusiva à Radiobrás e contou que o caso do menino brasileiro ganhou contornos de novela dramática na cidade de Taipé.

Iruan, que deve deixar Taiwan rumo ao Brasil nesta quarta-feira, vive na ilha há quase três anos. Após a morte da mãe brasileira, foi levado pelo pai chinês, Teng-Shu Wu, para conhecer a família paterna, mas Teng morreu uma semana depois de chegar ao seu país, e Iruan ficou com os tios, que se recusaram a devolvê-lo à família brasileira. Em um longo processo judicial, a justiça de Taiwan ordenou a devolução do menino à avó brasileira até essa segunda-feira. Iruan foi retirado à força da casa onde morava com o tio depois de 11 horas de resistência.