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Itaipu - Lucros, só depois de 2023

Gabriela Guerreiro/ABr - 17 de maio de 2004 - 08:06

Os números de Itaipu também assustam no campo financeiro. A hidrelétrica fatura anualmente recursos da ordem de US$ 2,4 bilhões. Mesmo com a receita superavitária, a empresa não vai registrar lucros até o ano de 2023 – quando terminará de quitar suas dívidas contraídas desde o período da construção.

Do total arrecadado por ano, 75% são empregados diretamente no pagamento da dívida. A empresa também aplica 14% do seu faturamento para pagar royalties aos estados e municípios que tiveram parte das terras alagadas após a construção da usina. O pagamento é uma espécie de compensação financeira e desde 1985 já foram repassados US$ 2,4 bilhões a esses estados e municípios afetados.

Os demais 11% arrecadados pela empresa são, de fato, investidos na própria Itaipu Binacional. É desse total que são retirados os recursos para o pagamento de funcionários, manutenção, compra de equipamentos, além dos projetos sociais e de meio-ambiente financiados pela empresa. “Quando terminarmos de pagar a dívida de Itaipu, o Brasil poderá baixar o preço de sua energia ou, então, investir o dinheiro em novos projetos para o país”, garante o diretor-geral de Itaipu.

Todo o faturamento da empresa é dividido – 50% para o Brasil e 50% para o Paraguai. O mesmo acontece com a quantidade de energia produzida: ela é distribuída de forma igualitária entre os dois países. Cada um, porém, tem o direito de adquirir a preço justo qualquer quantidade de energia não utilizada pelo outro para o seu próprio consumo. Nos últimos anos, o Brasil vem adquirindo o excedente paraguaio para incrementar a sua geração elétrica e, ao mesmo tempo, quitar as suas dívidas com o país vizinho.

O capital da Itaipu Binacional pertence em proporções iguais às Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás) e à Administración Nacional de Electricidad (Ande), do Paraguai. O território onde a usina foi construída é considerado “zona neutra”, ou seja, pertence aos dois países. Mas ao longo da usina é possível notar faixas pintadas no chão com divisões geográficas entre Brasil e Paraguai – mesmo que de forma simbólica.

A usina também possui duas entradas principais, uma do lado brasileiro e outra do lado paraguaio. Os turistas de cada uma das nacionalidades exploram de maneira mais efetiva o lado do seu território da usina, a fim de evitar incidentes diplomáticos.

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