Cassilândia Notícias

Cassilândia Notícias
Cassilândia, Sexta, 19 de Abril de 2024
Envie sua matéria (67) 99266-0985

Geral

Irmã Roseli é ''mãe espiritual'' de 75 crianças

Cecília Jorge/ABr - 09 de maio de 2004 - 15:10

Na nossa cultura, a maternidade é um dos elementos mais marcantes da feminilidade. Existe até o senso comum de que a mulher só está completa quando gera um filho. Ser mãe sempre foi um desejo da jovem Roseli, mas se um dia ela quiser ter seu próprio filho, terá que abandonar a vocação. Roseli, mais conhecida como Irmã Roseli, é freira da congregação Dom Orione.

“Eu sempre pensava em ser mãe, mas o fato de pensar em ser mãe não me impedia de pensar em ser religiosa. Porque, na verdade, eu pensava em ser mãe não de um número reduzido de crianças, eu queria poder abrir o espaço do meu coração, amar tantos e a todos, ter uma família numerosa”, diz Irmã Roseli.

Hoje, Irmã Roseli cuida de 75 crianças na creche Nossa Senhora da Divina Providência. A freira se considera mãe espiritual das crianças. “Cada dia, esse amor é renovado. O amor de mãe nunca se repete, nunca se torna uma rotina. Cada gesto da criança, por mais simples que seja, ensina a gente a amar e a abraçar o mundo, abraçar cada uma delas, abraçar a própria realidade de onde elas vêm. É um amor muito gratuito”, explica.

Ao ensaiar as crianças para a comemoração do Dia das Mães, Irmã Roseli sente que também está sendo homenageada. “Ao mesmo tempo que eu sinto que estou preparando para as mães das crianças, sinto que é um carinho que eu tenho por mim, por aquilo que eu faço”, diz.

Com simplicidade, irmã Roseli quebra o padrão corrente do que é ser mãe e fala sobre o sentido da palavra maternidade: “Um dia que eu sair aqui da creche, numa outra comunidade também vou ser mãe. E não só de crianças, posso estar trabalhando com pessoas adultas e também colocar a minha maternidade para que se possa desenvolver. É uma questão de afeto, carinho, acolhida e gratidão. São esses pequenos gestos que vão ajudando a gente ser mãe no dia-a-dia”, afirma.

“Isso não quer dizer que eu sendo mãe de crianças que no final do dia falem ‘tchau, tia, até amanhã’, isso me deixe menos realizada. "Eu me sinto muito realizada”, finaliza a freira.

SIGA-NOS NO Google News