A investigação de casos de doença febril aguda, contraídos no município de Petrópolis (RJ), identificou mais dois casos suspeitos de febre maculosa. Um desses casos é o de um homem de 21 anos, que está em bom estado e em casa, e o outro é o de uma menina de 8 anos, que está hospitalizada. Ambos residem em Petrópolis, estão em tratamento e tiveram sangue coletado para ser enviado para análise na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Essas duas notificações somam-se ao de uma mulher de 38 anos e totalizam três casos suspeitos.

Quando diagnosticada precocemente, o tratamento da febre maculosa, feito com antibióticos, é altamente eficaz e garante a cura do paciente.

Além desses casos em investigação, há outros cinco confirmados. Desses, quatro tiveram confirmação por exame laboratorial e um por critério clínico-epidemiológico, em função das características verificadas, compatíveis com as de febre maculosa e com passagem pela região serrana. Os casos confirmados são o de um jornalista e crítico musical, um funcionário da Vigilância Sanitária do estado do Rio de Janeiro, uma criança de 8 anos, um homem de 62 anos e uma turista baiana que esteve na região serrana do estado.

Até o momento, dois óbitos foram verificados entre os casos confirmados - o do jornalista e crítico musical e o do funcionário da Vigilância Sanitária.

Além das análises dos casos dessas pessoas, também foi coletado sangue de outras oito, que, apesar de não terem sintomas da doença, estiveram na área onde foi detectada a transmissão da febre maculosa.

Essa investigação epidemiológica foi iniciada pelas secretarias municipais de Saúde do Rio de Janeiro e de Petrópolis, com o apoio do Ministério da Saúde.

As medidas já adotadas incluem reunião com a rede assistencial do município para fornecer orientações quanto à febre maculosa, encontro com a equipe hoteleira do município, produção de material educativo para distribuição na comunidade, além de busca diária de casos suspeitos nos serviços de saúde e identificação das pessoas que estiveram hospedadas na região, para detecção de novos casos suspeitos.

A doença pode ser de difícil diagnóstico, sobretudo em sua fase inicial, mesmo entre profissionais bastante experientes. O início geralmente é abrupto e os sintomas incluem febre, vômito, dores no corpo e mal-estar generalizado, entre outros.

A febre maculosa brasileira (FMB) é uma doença infecciosa febril aguda causada por uma bactéria do gênero Rickettsia. Os principais reservatórios das Rickettsias são os carrapatos da espécie Amblyomma cajennense, popularmente conhecidos como "carrapato estrela". Desde 1929, há relatos da doença no Brasil e, entre 1995 e 2005*, foram notificados 386 casos, com 107 óbitos