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Inseticidas são menos eficazes em regiões com temperaturas elevadas

Portal APCD - 17 de dezembro de 2015 - 10:30

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Montana, nos EUA, descobriu que um elemento químico presente em inseticidas se torna menos eficiente no combate ao Aedes Aegypti em regiões com temperatura elevada. A descoberta, publicada no Journal of Medical Entomology, tem especial relevância em países de clima tropical como o Brasil, além de alertar sobre o risco de o aquecimento global prejudicar a eficiência de uma das principais armas contra o vetor de doenças graves, como a dengue, febre amarela, zika e chicungunha.

“Muitas áreas onde esses inseticidas são utilizados estão sofrendo drásticas mudanças de temperatura”, disse Shavonn Whiten, um dos autores da pesquisa.

Em laboratório, os pesquisadores expuseram mosquitos adultos a diferentes concentrações de permetrina em diferentes temperaturas. Eles descobriram que em temperaturas entre 16 e 30 graus Celsius, o inseticida funcionou de forma adequada, mas entre 30 e 32 graus Celsius, sua eficácia foi afetada.

A permetrina é bastante utilizada em inseticidas domésticos em spray, usados para o combate a insetos em ambientes fechados e proteção de telas de mosquiteiros. Segundo Peterson, os resultados da pesquisa podem auxiliar responsáveis por políticas públicas na escolha dos produtos para controle de pestes, que devem considerar o clima adequado para a permetrina.

“Provavelmente existe algo relacionado a variabilidade e estresse ao calor”, disse Robert Peterson, outro autor do estudo. “Quando você alcança essas temperaturas mais altas, existem outras coisas acontecendo sobre o mosquito que anulam o efeito dos piretroides (classe de pesticidas da permetrina)”, diz.

Agora, os pesquisadores tentam compreender o mecanismo que torna o inseticida ineficaz. Três hipóteses são apontadas. Em baixas temperaturas, os neurônios dos mosquitos podem ser mais sensíveis à permetrina, que é uma neurotoxina; o pesticida pode persistir e ficar ativo por mais tempo; ou pode facilitar a fixação da permetrina no alvo.

“Se estamos aplicando em ambientes de temperaturas cada vez mais altas, nós teremos uma redução no controle”, alertou Peterson. “Então, é preciso escolher algo que será eficiente, e não apenas desperdício de tempo e dinheiro no controle de mosquitos”, concluiu.

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