Estão abertas até 25 de maio as inscrições para a oitava edição do Prêmio Itaú-Unicef, iniciativa da Fundação Itaú Social e do Fundo das Nações Unidas para a Infância cujo objetivo é reconhecer e estimular o trabalho de organizações sem fins lucrativos que contribuam, em articulação com a escola pública, para a educação integral de crianças e adolescentes de todo o Brasil. O tema Tempos e Espaços para Aprender estimula a reflexão sobre a diversidade de locais que oferecem possibilidades de aprendizagem. Na última edição, em 2007, se inscreveram 130 organizações da região Centro-Oeste, 16 do Distrito Federal, 51 de Goiás, 15 do Mato Grosso e 48 do Mato Grosso do Sul.

Segundo o vice-presidente da FIS, Antonio Matias, quanto maior o acesso de crianças e adolescentes aos bens culturais socialmente produzidos, maiores suas possibilidades de desenvolver níveis mais elaborados de letramento e crescimento pessoal e social. “Um dos grandes desafios da sociedade hoje é ampliar a experiência educativa para além dos conhecimentos oferecidos na escola formal e estender as oportunidades de formação múltipla a crianças e adolescentes que vivem em condições de vulnerabilidade socioeconômica”, diz. “Para isso, as crianças e os adolescentes devem ser estimulados a circular por espaços pedagógicos no entorno escolar, dentro de um projeto que articule a escola a outras instituições. Esse é um princípio que norteia o Prêmio Itaú-Unicef desde que foi criado”.

De acordo com a representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, o Prêmio tem um importante papel na garantia do direito de aprender. “Na verdade, os grandes ganhadores são as crianças e adolescentes brasileiros. Uma criança precisa de muitos espaços para aprender e desenvolver saberes próprios da sua comunidade, convivência social, respeito à diversidade e domínio de tecnologias. Tudo isso para ser uma pessoa autônoma, engajada e carinhosa”, diz. E destaca que essa oitava edição é mais uma oportunidade de fortalecimento de todas as organizações participantes.



Inscrições e seleção - As inscrições iniciam hoje e vão até 25 de maio. A avaliação dos projetos acontecerá de modo regionalizado, em oito pólos regionais: São Paulo (Região Metropolitana e litoral do estado de São Paulo), Ribeirão Preto (interior do estado de São Paulo), Belo Horizonte (Minas Gerais), Goiânia (Região Centro-Oeste), Belém (Região Norte), Curitiba (Região Sul), Recife (Região Nordeste) e Rio de Janeiro (estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo).

Podem se inscrever um ou mais projetos de organizações não-governamentais sem fins lucrativos, responsáveis por ações socioeducativas com crianças e adolescentes em condições de vulnerabilidade socioeconômica, de seis a dezoito anos.

A ficha de inscrição contém perguntas sobre a gestão política, financeira e técnica das instituições, além das questões específicas sobre os projetos. A análise das respostas será fundamentada num conjunto de indicadores que possibilitarão avaliar as ações socioeducativas oferecidas.

O processo seletivo dos projetos inscritos acontecerá em sete etapas. A primeira vai verificar a estrita compatibilidade das organizações e seus respectivos projetos com o regulamento do Prêmio. Em seguida, as ONGs serão agrupadas regionalmente e por porte financeiro: micro, pequeno, médio e grande porte. Essa divisão em categorias possibilita uma avaliação mais equânime.

Na fase seguinte, os projetos serão avaliados de acordo com sua capacidade de gestão para a sustentabilidade, com base nas respostas que constam da ficha de inscrição.

De julho a agosto, também tendo como referência os indicadores, serão selecionados até cinco projetos de cada porte por regional, para compor um grupo de até 160 projetos semifinalistas em âmbito nacional.

Na próxima etapa, serão indicados até 32 projetos finalistas em âmbito nacional, um de cada porte por regional. Estes finalistas, após receber visita técnica, serão considerados vencedores regionais e cada um receberá R$ 10 mil, um computador e uma impressora. Na etapa final, as organizações responsáveis pelos quatro projetos vencedores nacionais receberão R$ 70 mil cada. Haverá ainda um grande vencedor, cujo valor do prêmio é R$ 150 mil.



Alianças estratégicas – Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre as iniciativas de educação integral existentes no País, em especial as planejadas e desenvolvidas de modo articulado entre os diversos segmentos da comunidade em favor de suas crianças e seus adolescentes, nesta edição, o Prêmio abre inscrições para uma nova categoria: Alianças Estratégicas no Território. São aquelas que se caracterizam por ações articuladas de iniciativa coletiva de organizações da sociedade civil, movimentos, grupos comunitários, escolas, órgãos e serviços públicos, empresas privadas, fundações e outros para a promoção de educação integral de crianças e adolescentes de 6 a 18 anos de determinada comunidade. Nessa modalidade todos os aliados participam da concepção, do planejamento, da execução e da avaliação das ações conjuntas, preservando suas identidades próprias. Para essa categoria serão concedidas Menções Honrosas.



Formação de educadores - O processo de premiação do Prêmio Itaú-Unicef é feito nos anos ímpares. Nos pares, são realizados encontros regionais para que as organizações participantes do Prêmio ampliem o debate sobre educação integral, socializem as práticas que empregam com seus respectivos públicos no contraturno escolar e formem redes sociais.

A essa formação presencial somam-se os cursos a distância oferecidos pela Fundação, dos quais participam especialistas, agentes públicos, educadores e gestores de projetos envolvidos com as questões da educação integral e inclusão social de crianças e adolescentes.



Sobre o Prêmio - Iniciado em 1995 pela Fundação Itaú Social e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e Adolescência (Unicef), com coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) o Prêmio foi um dos indutores da disseminação e da valorização de experiências de educação integral no Brasil, prática incorporada pelo MEC ao Programa Mais Educação. Já recebeu a inscrição de 7.282 projetos que constituem experiências inovadoras desenvolvidas em diversos lugares de aprendizagem. Tem a parceria da União dos Dirigentes Municipais da Educação (Undime), do Canal Futura e do Colegiado Nacional de Gestores Municipais da Assistência Social (Congemas). Também conta com o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), da Rede Andi e de Todos pela Educação.

A 7ª edição, realizada em 2007, teve 1.574 projetos inscritos, os quais atendem 780.406 crianças e adolescentes. Os principais campos de atuação das organizações sociais não-governamentais que os executam são: Assistência e Promoção Social (37,8%), Educação e/ou Pesquisa (21,4 %) e Cultura e Arte (16,9%). A maior parte delas (70,8%) ainda está concentrada nas metrópoles e grandes cidades.





Informações: Assessoria de Imprensa da Fundação Itaú Social