Após três meses sem registrar aumento de preços, o Índice do Custo de Vida (ICV) registrou inflação no município de São Paulo. O levantamento, realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), registrou variação de 0,72% em setembro. Nos meses de junho e julho o índice teve deflação de –0,17% e, em agosto, não houve variação positiva ou negativa.

De acordo com o Dieese, a elevação dos preços em São Paulo se deve ao aumento de tarifas ligadas a bens e serviços administrados pelo poder público, como água, esgoto e combustíveis. Em setembro, os grupos com maiores aumentos do ICV foram Transporte (1,82%) e Habitação (1,15%).

O reajuste do preço dos combustíveis na segunda quinzena de setembro foi o principal responsável pelo aumento no transporte. Segundo o Dieese, a nova alta contribuiu com 0,28 ponto percentual no resultado do índice e deverá influenciar a inflação de outubro, com contribuição equivalente. Além disso, o aumento do preço do diesel, de 6,05%, deverá elevar os gastos de outros itens, principalmente dos alimentos. O reajuste da tarifa de água e esgoto em 8,94% também contribuiu para a inflação em setembro.

O Dieese calcula a inflação nos diferentes segmentos de renda das famílias paulistanas. O índice baseia-se no aumento do preço de produtos e serviços que são mais participativos para cada tipo de família. Em setembro, a inflação atingiu as diferentes famílias de forma semelhante.

Segundo o estudo, as famílias com renda média de R$ 377,49 arcaram com uma alta de 0,70%. Para o grupo intermediário, com renda média de R$ 934,17, houve uma inflação de 0,71%. O aumento dos preços foi um pouco maior para as famílias com renda média de R$ 2,792,90, com índice de 0,74%.

Os outros grupos que compõem o ICV-Dieese tiveram as seguintes variações: Saúde (+0,64), Alimentação (+0,17%), Vestuário, (-0,75%). No acumulado dos primeiros nove meses do ano, o Índice do Custo de Vida do Dieese registra inflação de 3,36%. Nos últimos 12 meses, a taxa atinge 5,34%.