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Geral

Inflação dos primeiros meses do ano não deve se propagar

Stênio Ribeiro/ABr - 31 de março de 2004 - 16:04

A convergência da inflação para a trajetória das metas no primeiro trimestre do ano mostra tendência de queda da inflação acumulada, de modo que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atinja, neste ano, um patamar entre 5,2% e 6,2%. Próximo, portanto, à meta de 5,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A informação foi dada hoje pelo diretor de Política Econômica do Banco Central, Afonso Bevilaqua, ao apresentar o relatório trimestral de inflação, preparado pelo BC. Ele disse que apesar de a inflação de janeiro e fevereiro ter sido "um pouco mais alta" do que estava previsto, ela não se propagará nos meses seguintes, e haverá, inclusive, reversão de alguns aumentos por questões climáticas.

Com base nessa expectativa, Bevilaqua mencionou que a hipótese torna-se mais factível, ainda, quanto maior for a eficácia da política monetária como mecanismo de coordenação, de modo a impedir que aumentos verificados em commodities (petróleo, soja, cobre etc) contaminem os preços no varejo. Condição básica, segundo ele, para projetar inflação entre 4,2% e 5,4% em 2005, ante meta de 4,5% para o IPCA.

O diretor do BC explicou que o intervalo é definido por projeções que levam em conta as hipóteses do cenário de referência (com taxa de juros permanente, de 16,25%, e câmbio de R$ 2,91) e do cenário de mercado, que prevê redução da taxa Selic para 14% e cotação do dólar norte-americano para R$ 3,07 no final deste ano, bem como taxa Selic de 12,6% e câmbio de R$ 3,24 no final de 2005.

Variação que também deve afetar o comportamento dos preços administrados: "fonte de pressão inflacionária que requer acompanhamento permanente" do Comitê de Política Monetária (Copom), segundo Afonso Bevilaqua. O conjunto desses preços projeta aumento de 7,3% em 2004, de acordo com o cenário de referência, podendo alcançar 8,3% pelo cenário de mercado, que incorpora o impacto da variação cambial sobre itens como combustíveis, eletricidade e telefonia.

O diretor ressaltou, ainda, que a manutenção do processo de recuperação da atividade econômica, iniciado no terceiro trimestre do ano passado, os resultados expressivos para o balanço de pagamentos e a convergência da inflação para a trajetória das metas determinaram algumas revisões, "para melhor", de objetivos traçados para este ano no relatório de dezembro.

A começar pelo saldo da balança comercial, que estava previsto em US$ 19 bilhões e foi revisado para US$ 24 bilhões. Com isso, o saldo em conta corrente também reverte a projeção anterior, que era de um déficit de US$ 4,4 bilhões e passa a projetar superávit em torno de US$ 200 milhões. Afonso Bevilaqua entende que as expectativas de mercado podem diferir também com relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que o BC prevê entre 3,50% e 3,70%.

"Observamos mudanças significativas nas pontas de sustentação do crescimento econômico", disse o diretor do BC, destacando que a demanda do mercado interno assume importância relativa cada vez maior. Tanto que o consumo familiar cresceu 1,6% neste trimestre, comparado ao último trimestre de 2003 - ressaltou.

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