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Inferno de Neide Mota começou com reportagem em 2007

Denis Matos, Campo Grande News - 29 de novembro de 2009 - 18:25

O caso Neide Mota foi descoberto em 10 de abril de 2007, quando uma reportagem de TV denunciou sua clínica como local especializado na prática de aborto.

Apesar da ex-médica ter uma clínica próxima ao centro de Campo Grande, antes da reportagem nunca teve problemas com a lei.

Cerca de três dias depois, a clínica foi invadida pela polícia civil. A médica havia dado uma entrevista, com uma câmera escondida e foi o início do inquérito policial.

Na clínica foram encontrados remédios para indução ao aborto, uma espingarda e um arquivo com 9.986 nomes de mulheres que passaram pela clínica em 20 anos. Na época, investigou-se se esses nomes não eram usados como ameaça às pacientes, para evitar denúncias.

Neide Mota também tomava outras formas para se proteger, ao fazer as pacientes assinarem um documento onde declaravam que se submetiam de livre e espontânea vontade para “tratamento de aborto incompleto”.

O assunto ganhou repercussão nacional quando foi divulgado que o Ministério Público iria indiciar todos os 9.986 nomes. Movimentos sociais reagiram negativamente, alegando que seria desperdício de tempo e dinheiro público.

Destes, cerca de 8.000 mil nomes foram excluídos do processo por prescrição e outros ainda estão sendo retirados.

Em 22 de julho deste ano, Neide Mota foi cassada definitivamente pelo CRM/MS (Conselho Regional de Medica de Mato Grosso do Sul) e perdeu o direito de exercício profissional.

Neide Mota seria submetida a júri popular, por decisão da 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Seus advogados haviam apresentado recurso ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), contra a realização do júri. Enquanto o recurso não foi julgado, o MPE (Ministério Público Estadual) arrolava as testemunhas, para marcar a data do júri.

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