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Inep revela situação sócio-econômica do estudante

Keite Camacho / ABr - 30 de junho de 2004 - 14:24

As mulheres são maioria em 73% dos municípios brasileiros que possuem estudantes no ensino médio, mostra pesquisa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP/MEC). O dado espelha a situação sócio-econômica dos estudantes, que sofrem com a violência ou precisam ingressar no mercado de trabalho para se sustentar.

De acordo com a professora Lourdes Bandeira, do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UNB), cinco pontos explicariam a questão. “Uma tentativa de explicação se deve, primeiramente, ao fato de os jovens homens serem vítimas da violência urbana, constituindo-se no principal alvo de morte entre 14 e 21 anos. Um segundo aspecto é o retardamento do casamento: as mulheres hoje não se realizam só pelo matrimônio, mas pelo trabalho, freqüentando a escola e os cursos universitários. As mulheres também são mais dedicadas e mais responsáveis, o que faz com que permaneçam mais tempo na escola”, explicou.

Lourdes – que é coordenadora do Núcleo de Estudos sobre a Mulher da UNB – acrescenta que ainda permanece no imaginário social o fato de que o masculino é o provedor, sendo mais aceitável que ele abandone a escola mais cedo para ingressar no mercado de trabalho. Um último ponto, segundo ela, é que as jovens conseguem conciliar uma dupla jornada, freqüentando a escola e realizando as tarefas domésticas, ao contrário dos homens, que realizariam apenas uma atividade.

Os dados do Censo Escolar 2003 apontam que, ao todo, são mais de cinco mil municípios, em que as mulheres representam 51% do total de alunos. Em todas as capitais de estado, a situação é a mesma. O número de mulheres supera o de homens na última etapa da escolarização básica. O maior índice está em João Pessoa, onde 57,5% dos alunos são do sexo feminino. O menor índice está em São Paulo, com 51,7% – o que evidenciaria um maior equilíbrio de gênero.

Para a ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, as mulheres passaram a ter consciência de sua posição e tentam se superar para obter um posto no mercado de trabalho. Enquanto isso, os homens sofrem pressão maior para a entrada precoce neste mercado, fazendo com que a evasão escolar seja maior entre eles.

De acordo com o estudo, dos mais de nove milhões de alunos do ensino médio no Brasil, 54,1% são mulheres. Além disso, são elas que progridem mais na educação. Dados do Censo Escolar e do Censo da Educação Superior mostram que à medida que aumenta o nível de escolarização, a participação das mulheres também cresce.

Das pesquisa futuras do INEP, de acordo com a ministra Nilcéa Freire, passará a constar o recorte de gêneros, em que se desmembrará os dados para homens e mulheres.

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