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Indústrias avalizam produtores para linhas de créditos

Marina Miranda / Campo Grande News - 14 de julho de 2005 - 14:36

As indústrias de insumos aceitaram ser avalistas dos produtores em linhas de crédito criadas com os R$ 4 bilhões do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para refinanciar as dívidas agrícolas da safra 2004/2005. A decisão foi tomada ontem, em reunião da Câmara Setorial de Insumos Agrícolas realizada em São Paulo. Os empresários cederam após quatro rodadas de negociações com o governo federal, durante um mês. As indústrias também se comprometeram, conforme apurado pela equipe de reportagem do jornal Valor Econômico, a arcar com a equalização dos juros junto aos bancos que operarão o crédito. A primeira linha de R$ 1 bilhão, que será operacionalizada pelo Banco do Brasil, já está disponível e a taxa de juros a ser paga pelas indústrias foi reduzida de 9,75% ao ano para 5%, conforme informou o governo federal. O dado foi confirmado, ao Campo Grande News, pelo deputado federal Waldemir Moka, que participou de parte da negociação envolvendo os produtores. Na época, o parlamentar chegou a sugerir que a pauta fosse trancada para pressionar o governo. O banco, no entanto, não confirmou o valor dos juros, e informou ao Valor Econômico, que os recursos ainda não foram disponibilizados por falta de acordo sobre a equalização. O assunto seria tratado com os ministérios da Agricultura e da Fazenda devem até amanhã. Os outros R$ 3 bilhões, serão disponibilizados pelo BNDES em até três semanas, a juros de 13,75% ao ano - 5% serão pagos pelas indústrias. Os recursos serão destinados prioritariamente às áreas atingidas pela seca e, posteriormente, aos outros produtores.

Sem saída - Cristiano Simon, presidente da Câmara Setorial e da Andef (Associação Nacional de Defesa Vegetal), informou que as indústrias se dispuseram a pagar os juros e avalizar as dívidas para reaver parte da receita com vendas de insumos e assegurar a compra das matérias-primas na próxima safra. Só no setor de defensivos a inadimplência gira entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões. A estimativa é que para a safra 2005/2006, a redução seja de até 10% em relação à receita de US$ 4,4 bilhões obtida no ciclo anterior. Para a Anda (Associação Nacional para Difusão de Adubos), a decisão é onerosa para as indústrias, mas ajuda a reduzir os prejuízos com a inadimplência. Benedito Ferreira, membro do conselho deliberativo da Anda, diz as linhas do FAT darão impulso às vendas que, de janeiro a maio, caíram 24,2%, para 4,58 milhões de toneladas.

Mato Grosso do Sul - A área plantada com soja em Mato Grosso do Sul deve reduzir em 12% na safra 2005/2006 comparada com esta, segundo acredita o presidente da Aprossul (Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso do Sul), Carmélio Romano Ross. Em entrevista ao Campo Grande News, ele informou que com a descapitalização do produtor rural, os 2.060.000 hectares plantados devem cair para no máximo 1,8 milhão. Este foi o segundo ano consecutivo que a estiagem provocou grandes perdas em lavouras do Estado e além disso os preços de mercado estão aquém dos do ano passado. Outro agravante é que o plantio foi feito com insumos comprados quando o dólar estava ao custo de R$ 3,20 e hoje o câmbio está a R$ 2,36.

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