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Índios : Funasa realiza mutirão em MS

ABr - 14 de março de 2005 - 09:02

A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) deu continuidade neste domingo (13) à capacitação de conselheiros de saúde indígena da área de Dourados. A capacitação ocorre na escola Tengatuí Marangatu, na aldeia Bororó. No sábado (12), na aldeia de Tey Kue, em Caarapó (264 km a sudoeste de Campo Grande), ao Mutirão de Saúde Indígena que vem sendo organizado nas duas últimas semanas como forma de prevenir novas mortes relacionadas à desnutrição entre crianças guarani e kaiowá da região sul de Mato Grosso do Sul.

Com esta, já chegam a 15 as áreas indígenas visitadas na região pelas equipes da Funasa reforçadas pela chegada de profissionais de São Paulo e Brasília. Com essas visitas, a Funasa diz que já conseguiu diminuir o número de internações de crianças indígenas na região de 12 para 3 por semana.

Desde o inicio do ano aconteceram pelo menos 10 mortes de crianças menores de 1 ano após internações hospitalares relacionadas à desnutrição. Os números exatos ainda estão sendo avaliados pela Funasa, porque há várias imprecisões nos atestados de óbito.

Ontem, em Tey Kue, as equipes da Funasa formadas por médicos, nutricionistas e enfermeiros examinaram cerca de 500 crianças guarani e kaiowá. Cerca de 50 profissionais estiveram envolvidos na operação, entre eles os agentes comunitários de saúde, todos indígenas – são 9 em Caarapó e 162 em todo o estado, segundo a Funasa.

Os profissionais avaliam o peso da criança e relacionam a medida com a altura dela. É o primeiro passo para diagnosticar a desnutrição. A nutricionista Cynthia Naito explica que, além disso, é preciso fazer um acompanhamento ao longo de vários meses, para verificar o desenvolvimento da criança. "As que apresentam um índice indicativo de desnutrição moderada ou severa terão indicação para que os agentes de saúde façam um acompanhamento quinzenal ou semanal, a depender da gravidade do caso", afirma ela.

Ao fim do dia, a Funasa ainda não tinha os números consolidados de casos encontrados em Caarapó, mas, segundo Cynthia, havia "poucos casos graves"e "alguns moderados". Além da recomendação de acompanhamento dos casos mais graves, as equipes também entregaram às mães leite em pó e multimistura – um composto natural feito com partes dos alimentos que normalmente não são utilizadas, com altas doses nutricionais.

Segundo o chefe do pólo de saúde indígena em Caarapó, Adalberto Araujo Correia, a aldeia Tey Kue tem 4580 habitantes, das etnias Guarani Kaiowá e Guarani Nhandeva (autodenominados Kaiowá e Guarani, respectivamente). Entre 2003 e 2004, afirma Correia, a mortalidade infantil ali diminuiu de 34,18 para 33,19 casos por 1000 nascidos vivos. A Funasa diz que essa área de Caarapó tem o segundo melhor índice em toda a região guarani-kaiowá de MS. Só perde para a área de Antônio João, a 450 quilômetros da capital, Campo Grande.

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