O índio Éber Tirawa Masion Karajá, de 23 anos, foi condenado ontem (23) pelo 1º Tribunal do Júri de Goiânia, a 7 anos de reclusão em regime inicialmente semi-aberto, pela morte do também indígena Célio Idjoriwe Figueredo. O juiz Jesseir Coelho de Alcântara que presidiu a sessão, deteminou que a pena seja cumprida na Penitenciária Odenir Guimarães, antigo Cepaigo. O crime ocorreu em julho de 2005, no Setor Pedro Ludovico, nesta capital.

De acordo com denúncia do Ministério Público (MP), o acusado teria matado a vítima com uma faca e em seguida tentou provocar um incêndio para destruir o corpo. Ainda segundo o MP, a vítima teria perguntado a Éber se ele bebia, tendo este respondido que tinha parado havia algum tempo. Contudo, devido à insistência de Célio, os dois começaram a beber. Em determinado momento, a vítima, que antes não demonstrara tendência homossexual, perguntou ao acusado se teria coragem de ficar com ele (vítima), momento em que disse que nunca havia feito isso e não o faria naquela ocasião, até porque se casaria com a irmã de Célio.

Consta dos autos que Célio mostrou-se irritado com a resposta e os dois travaram uma luta corporal tendo a vítima ferido o acusado no abdome. Mesmo ferido, Éber conseguiu tomar a faca de Célio, aplicando golpes em seu pescoço.

O MP pediu a condenação do índio por homicídio, requerendo a retirada do motivo fútil. A defesa, por sua vez, sustentou o crime por homicídio simples e a redutora de pena da semi-imputabilidade, acatada pelos jurados.(Wilson Fernandes)