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Índice de massa corporal não deve ser usado para todos
Muito destaque tem sido dado na mídia leiga em geral para o índice de massa corporal (IMC) e sua relação com a obesidade e as complicações que dela podem advir. Existem sites, inclusive, que oferecem fórmulas para se tirar a medida do IMC. Entretanto, um artigo que aguarda para ser publicado na versão impressa da Revista de Saúde Pública informa que o índice de massa corporal (IMC) não foi um bom indicador para predizer alterações da glicemia e dos lipídios em adolescentes de escolas estaduais da cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, comparado com as referências existentes na pesquisa internacional.
Ana Carolina Vieira e colegas da Uerj, da UFRJ e da UFF analisaram 577 adolescentes entre 12 e 19 anos (210 meninos e 367 meninas) em 2003 para determinar em quais medidas de IMC haveria alterações no perfil de lipídios e da glicemia dos jovens. As alterações metabólicas de maior prevalência (>50%) foram: colesterol total elevado e HDL-C baixa. O IMC foi capaz de predizer valores elevados de triglicérides nos meninos, LDL-C nas meninas e colesterol total e presença de três ou mais alterações metabólicas em ambos os sexos, dizem no texto.
Todavia, de acordo com autores, houve baixa sensibilidade e baixa especificidade para esses valores, sendo que os melhores pontos de corte na amostra estudada (20,3 kg/m² a 21,0 kg/m²) foram inferiores aos propostos pelas outras referências quatro referências internacionais utilizadas. Embora valores de IMC menores do que os das referências internacionais tenham sido preditores de algumas alterações metabólicas em adolescentes brasileiros, o IMC não foi um bom índice para identificar estas anormalidades na amostra estudada, concluem.
Agência Notisa (science journalism jornalismo científico)