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Inconformado com morte de mãe e irmã, jovem morreu 7 meses depois

Campo Grande News/ Viviane Oliveira - 06 de agosto de 2013 - 08:54

Em 7 meses, o trânsito levou três vidas da família Garais. A última foi a do adolescente Renato Garais Chamorro, 17 anos, que morreu na madrugada de domingo (4) ao colidir a moto que conduzia contra um poste, na avenida Lúdio Martins Coelho, no bairro Taveirópolis, em Campo Grande. Ele havia perdido a mãe e a irmã em um acidente de trânsito no início deste ano.

O adolescente conduzia uma moto CG 150 e estava com um passageiro, identificado por Guilherme. Ele fazia o sentido Bairro/Avenida Duque de Caxias, quando perdeu o controle da direção e colidiu contra um dos postes, depois de uma curva fechada. Renato morreu no local do acidente.

Renato era o caçula da família e morava no Jardim Carioca junto com a irmã mais velha, Jéssica Aparecida Garais, 21 anos. Jéssica, conta que a moto pertencia à mãe e depois que ela morreu não tinha autoridade para impedir que o irmão pilotasse a motocicleta, mesmo sem CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

Segundo Jéssica, Renato tinha o costume de beber, mas não sabe dizer se no dia do acidente havia ingerido bebida alcoólica, apenas afirma que o irmão era acostumado a sair de moto. “No dia do acidente ele tinha tomado uma benzetacil por causa de um furúnculo na boca, acredito que não tenha bebido por causa disso”, explica.

A avó Maria Garais, 74 anos, disse que sempre alertava o neto para não pegar a moto, mas não adiantava falar. “Sabe como é menino? Eles aprendem desde cedo a pilotar e a dirigir”, reclama, acrescentando que a família não desfez do veículo porque a irmã usava para ir trabalhar.

Jéssica relata que o irmão sofria sozinho por causa da morte da mãe, Valdira Garais, 40 anos, e a irmã, Laís Valéria, 19 anos. “Ele não se conformava com o acidente e guardava muita mágoa do motorista, Sebastião Pereira da Silva, 33 anos, que conduzia o carro, um veículo Gol, no dia da tragédia.

Era por volta do meio-dia de domingo, do dia 6 de janeiro, Sebastião pegou a estrada sentido Rochedo com Valdira, que foi no banco do passageiro, Jéssica e a irmã, Laís, que sentaram no banco de trás. Antes de pegar a estrada, Sebastião consumiu bebida alcoólica e durante a tarde de lazer todos continuaram bebendo.

“Nós fomos tomar banho de rio em Rochedo e na volta aconteceu o acidente”, destaca Jéssica. No final da tarde a família resolveu voltar. Sebastião conduzia o veículo na MS-080, quando perdeu o controle em uma curva próximo ao córrego Ceroula, bateu a lateral direita do carro em uma palmeira e depois capotou.

Laís, que estava sem o cinto de segurança, foi lançada para fora do veículo e morreu no local. Valdira ficou em estado grave, foi socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e morreu uma semana depois na Santa Casa. Jéssica sofreu ferimentos leves e também foi socorrida.

O motorista nada sofreu e foi preso em flagrante por dirigir embriagado. A Polícia fez o teste do bafômetro em Sebastião que acusou 0,33 mg/l de álcool no sangue. Ele foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Depois de 10 dias, Sebastião foi solto e responde o processo em liberdade.

Jéssica, que perdeu a mãe e os dois irmãos em acidente, mora com o marido e diz que o pai sempre foi ausente. “Até agora não consigo acreditar”, finaliza.

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