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Importante o apoio familiar para adolescentes grávidas

Agência Notisa - 13 de agosto de 2004 - 14:37

A gravidez na adolescência constitui-se em uma experiência emocionalmente difícil, podendo gerar baixa auto-estima, altos níveis de estresse, poucas expectativas frente ao futuro e sintomas depressivos. Essa é a conclusão de um estudo realizado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz que buscaram verificar a associação entre gravidez precoce e as repercussões emocionais negativas na vida de 1.228 adolescentes de 12 a 19 anos de idade.

De acordo com artigo publicado em 2004 nos Cadernos de Saúde Pública (vol.20 supl.1), “a responsabilidade precoce imposta pela gravidez, paralela a um processo de amadurecimento, ainda em curso, resulta em uma adolescente mal preparada para assumir as responsabilidades psicológicas, sociais e econômicas que a maternidade envolve”. Além disso, os pesquisadores explicam que instabilidade das relações conjugais também contribui para a ocorrência de prejuízos emocionais e até mesmo de transtornos de ordem afetiva, muitas vezes agravados por um ambiente familiar pouco acolhedor e muito mobilizado pela notícia da gestação.

Através do estudo, a equipe constatou que cerca de 25% das adolescentes apresentaram autovalorização negativa, pouca ou nenhuma expectativa em relação ao futuro e grande sofrimento psíquico. Os efeitos negativos foram maiores principalmente entre aquelas que estavam fora da escola, que não desejavam a gestação e entre aquelas cujas famílias reagiram mal à gravidez. Os pesquisadores explicam que “o aspecto familiar e a motivação para a gravidez constituem importantes influências no modo como a adolescente lida com as expectativas de futuro e que pode comprometer inclusive a relação mãe-bebê”. Ou seja, uma baixa aceitação familiar acaba gerando maior sofrimento para as adolescentes, que no momento necessitariam de muito apoio emocional.

Por isso, a equipe ressalta que “profissionais habilitados ao manejo de aspectos emocionais devem ser incluídos na formulação de políticas públicas, que visem tanto à prevenção da gestação em adolescentes, quanto ao atendimento desta população específica na rede assistencial, visando, desse modo, a minimizar as conseqüências emocionais negativas da gravidez precoce”.

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