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Idosa morta por vizinhos agonizou por 6h e ingeriu cera, diz polícia de MS

G1MS - 12 de junho de 2016 - 14:01

A polícia identificou mais duas pessoas suspeitas de participar do latrocínio contra um idosa de 73 anos, em Terenos, a 23 km de Campo Grande. Ao todo, 2 adultos e 2 adolescentes, vizinhos da vítima, participaram da ação. De acordo com o inquérito, chamou a atenção a bárbarie do grupo, que deixou a vítima agonizando por seis horas, a obrigou a ingerir uma cera líquida e a espancou no momento em que ela foi buscar água para os homens.

"Eles chegaram na propriedade e conversaram com a idosa antes, sem demonstrar qualquer pretenção. Os homens inclusive pediram copos de água e a aguardaram virar de costas, no momento em que ia buscar a água, para começar a agredi-la. A crueldade dos indivíduos foi tanta, que eles também a obrigaram a ingerir uma cera líquida, quando as pauladas não surtiram o efeito esperado por eles", afirmou ao G1 o delegado Fábio Brandalise, titular da delegacia do município e responsável pelas investigações.

Opção pelo assassinato
Com as prisões, que teve apoio da polícia do Paraná, onde estavam um dos foragidos, o delegado concluiu o inquérito esta semana. "A investigação apontou que o carro da vítima poderia ser visto à distância e eles sabiam que a idosa, frequentemente, viajava para Campo Grande. Mesmo assim, eles optaram por matá-la e isto aponta que não se trata de um furto frustrado, mas sim de um possível crime encomendado", explicou Brandalise.

Em momento algum, os homens não se importaram em esconder o rosto. "Eles levaram uma corda e faca para cometer o crime. Porém, com as pauladas, a idosa continuava respirando e eles então a obrigaram a ingerir o líquido. Dentro da casa, ela permaneceu agonizando por seis horas, até a chegada de outro vizinho que acionou o socorro", comentou o delegado.

Os adultos vão responder por latrocínio (roubo seguido de morte), além de corrupção de menores.

As penas, respectivamente, são de máxima de 30 anos e 5 anos de reclusão. Já os adolescentes ao ato infracional análogo ao crime de latrocínio. A pena máxima de internação é de três anos.

Os envolvidos, de 13 e 20 anos, afirmaram que tinham como objetivo adquirir mais dinheiro para comprar droga. Eles foram presos no início do mês de maio. Os últimos dois suspeitos, no início deste mês. “Os envolvidos disseram, em depoimento, que estavam levantando dinheiro para comprar um carregamento de maconha. Antes mesmo da prisão, já haviam combinado que o adolescente assumiria a culpa, caso fossem presos”, ressaltou o delegado.

Durante a investigação, a polícia comprovou que eles eram vizinhos da idosa e chegaram armados no local. “Eles encontraram o carro no estacionamento e, mesmo assim, entraram armados. Ambos foram reconhecidos e então resolveram cometer o crime”, explicou Brandalise.

Para a prisão, a Polícia Civil de MS contou com o apoio da Delegacia de Furtos e Roubos da Polícia Civil do Paraná. Investigadores prenderam o suspeito de 20 anos em Curitiba. Já o adolescente foi apreendido no estado. Mais uma vez questionado, o menino acabou confessando que o jovem foi o mentor do crime.

Entenda o caso
No dia 26 de fevereiro, por volta das 19h (de MS), a idosa foi morta no assentamento rural Guaicurus. Segundo o boletim de ocorrência, policiais militares receberam a denúncia do homicídio e, ao chegarem ao local, que é de difícil comunicação, constataram que o corpo tinha sinais de violência.

Na ocasião, investigadores aguardaram exame necroscópico da vítima e o caso foi registrado como morte a esclarecer.

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