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Iagro afirma que fiscalização deve continuar em todo MS

Dourados News - 15 de maio de 2004 - 10:07

Os últimos dias têm sido de correria para os fiscais da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro).

Mas, segundo o órgão o trabalho não deve parar. Depois de duas semanas de fiscalização em Dourados, o que resultou na apreensão de produtos de origem animal e prisão de dois leiteiros que vendiam leite in natura, o que é proibido por lei, a equipe se prepara para mais uma atuação.

Agora o próximo alvo da equipe de fiscais é Campo Grande onde se estima que de 50 a 60 mil litros de leite sejam vendidos diariamente.

Na verdade as fiscalizações sempre existiram, porém numa menor intensidade. O que está acontecendo agora é que o Iagro está cobrando mais responsabilidade. "Por muito tempo nós fomos tolerantes, demos muito prazo e levamos no "Banho Maria". Agora chegou a fase de cumprir ao que manda à lei e, se precisarmos, é importante lembrar que iremos punir", alerta o fiscal estadual agropecuário da Iagro, Sebastião Reis.

Segundo ele as leis em vigor que se referem ao assunto são bem antigas. "Desde 1950 a produção e comercialização de produtos e sub- produtos de origem animal são regulamentadas por lei e decretos, até hoje somam oito.

O último é a lei estadual nº 6450 de 1992 que se refere à parte sanitária que vem dando tanto problema", comenta. Só esse ano 18 municípios foram fiscalizados no Estado. "Desse montante foram feitas visitas em 78 estabelecimentos comerciais dos quais foram apreendidos em estado irregular 5.614 kg de produtos e derivados de origem animal além da abordagem de 23 leiteiros e detenção de dois deles", informou o responsável pelas fiscalizações, o fiscal estadual agropecuário da Iagro Antônio Carlos Freitas.

As ocorrências foram relatadas e serão encaminhadas ao Ministério Público Estadual que tomará as devidas providencias. "Ainda bem que tudo tem o seu lado bom", argumenta Antônio ao se referir ao acordo firmado entre a Associação dos Vendedores de Leite de Dourados (Avaleite), e a Secretaria de Estado da Produção e do Turismo (Seprotur).

No acerto ficou firmado que o Estado vai bancar o pagamento de R$ 0,05 por litro pasteurizado no Laticínio Camby cabendo ao produtor pagar os outros R$ 0,15 num total de R$ 0,20.

A expectativa é que após a pasteurização o leite seja vendido em média por R$ 1,00 o litro. A medida durará 90 dias, até que a prefeitura tenha pronto um mini laticínio para atender os pequenos produtores. Se bem analisado esse tipo de infração não tem nenhum fundamento.

Conforme informou o fiscal agropecuário "Mato Grosso do Sul possui um parque industrial instalado capaz de beneficiar toda a produção leiteira sem nenhum problema. É só o produtor colocar na cabeça dele que o trabalho precisa ser feito com empreendedorismo e acima de tudo com qualidade. Ou será que ele está deixando de passar o leite pelo beneficiamento para ganhar um pouquinho a mais. É fundamental ficar de olhos bem abertos ou o barato pode acabar saindo caro".

O alerta não vale só para o produtor.

O consumidor também precisa ter mais cautela na hora de escolher o seu produto. E não é só o fato das irregularidades na venda, acaba envolvendo muito mais do isso, pois tem também a questão das doenças que certas irregularidades podem acabar causando. É só lembrar que, entre as indas e vindas dessas fiscalizações, já foram detectados em análise de amostras de leite a adição de produtos que vai desde a tradicional água, soro, chegando até a aditivos de alta pericosidade como é o caso de urina, soda e formol. Isso sem contar que o leite in natura pode causar sérios riscos a saúde, pois está mais propício a conter bactérias como a salmonela e brucelose.

No ano passado, por exemplo, foi detectado um caso como esse em Nova Alvorada do Sul onde uma criança contraiu a brucelose por ingerir o produto contaminado.



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