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Humanidade errou em não pensar na sustentabilidade

Felipe Linhares /ABr - 22 de setembro de 2007 - 11:14

Brasília - A única solução para tentar reverter os efeitos do aquecimento global, que já estão aparecendo, é a redução do consumo e das emissões de gases do efeito estufa por todos os países. Quem afirma é o professor Paulo Artaxo, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP).


“O grande problema foi que a humanidade errou em não pensar na sustentabilidade do nosso planeta. Os recursos não são infinitos, eles se esgotam e [agora] têm que ser mais bem distribuídos.”

Para ele, a reunião que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá, na próxima semana com o presidente George W. Bush, será um dos primeiros encontros de alto nível para tentar estabelecer um consenso sobre o que deve ser feito em defesa do clima a curto, médio e longo prazos.



Depois de lembrar que o grande consumo de energia e de combustíveis fósseis contribuiu para o aquecimento, o professor afirmou que toda a humanidade vai ter que mudar os padrões, para não piorar situação climática. Nos últimos cem anos, a temperatura média do planeta aumentou 0,7 grau.

“As mudanças já estão sendo sentidas. O aumento do número de furacões e o derretimento das geleiras são dois exemplos.”

De acordo com o professor, que é um dos quatro membros brasileiros no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), nos próximos séculos a temperatura pode aumentar de dois a quatro graus, o que prejudicaria toda a fauna e flora da Floresta Amazônica.

Artaxo disse que o Brasil tem uma participação importante na questão climática desde a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Rio-92. Como exemplo, ele citou os estudos do país no sentido de buscar formas limpas de energia. "Hoje as políticas brasileiras, como o álcool, são uma boa alternativa".


Mas Artaxo alerta que só buscar energia renovável não é suficiente.; é preciso combater velhos hábitos que agridem o meio-ambiente. “É boa solução [o combustível vegetal] em pequena escala, mas sem a redução no consumo de combustíveis fósseis pelos países desenvolvidos, não há álcool que [preencha] essa lacuna. O que precisamos é reduzir a zero as queimadas na Amazônia”.

Para o professor, as emissões de gases pelo os Estados Unidos e as queimadas na Amazônia brasileira serão temas da conversa dos dois presidentes. Na quinta-feira (27) e e na sexta-feira (28), Lula participa da 62ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.



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