O presidente da Fuconams (Fundação para Conservação da Natureza de Mato Grosso do Sul), Francisco Anselmo Barros, está com 100% corpo queimado, conforme informou o Pronto Socorro da Santa Casa de Campo Grande. Ele ateou fogo no próprio corpo quando participava de protesto de ambientalistas, artistas e universitários no Calçadão da Barão, no centro da cidade. O grupo chamava a atenção contra o projeto do governo do Estado que propõe a instalação de usinas álcool na BAP (Bacia do Alto Paraguai), que faz parte do Pantanal de Mato Grosso do Sul.
Em meio às apresentações musicais e de artistas, ele teria colocado dois colchonetes no chão, enrolou ao corpo, espalhou gasolina e ateou fogo. “A gente imaginava que fosse mais alguma apresentação. Ninguém acreditou quando viu o corpo dele tomado pelo fogo. Foi algo horrível”, disse Aroldo Borralho, presidente da Cedampo e que participava do protesto. A correria foi geral e muita gente se mobilizou para ajudar. A princípio, não se sabia se havia alguém em meio às chamas. O fogo foi contido com cobertores das lojas vizinhas e por um extintor trazido por populares.
No local, ainda há restos de cinzas e panos queimados. Francisco Anselmo Barros é ambientalista e militante das causas do Pantanal há pelo menos 20 anos em Mato Grosso do Sul. Ele é fundador da Fuconams (Fundação para Conservação da Natureza de Mato Grosso do Sul) e um dos principais lutadores contra a proposta do governo do Estado de instalar usinas de álcool e açúcar no Pantanal. O projeto de lei já foi alvo de audiências públicas na Assembléia Legislativa, que agora se prepara para votar a proposta do poder executivo. O ato neste sábado no Calçadão da Barão foi uma forma dos ambientalistas chamarem a atenção dos parlamentares e da população contra a aprovação do projeto.
A Fuconams é a primeira ONG ambiental do Estado e uma das três primeiras do País. O amigo e também integrante da entidade Douglas Santos ajudou sem saber que se tratava de Francelmo, como Francisco é conhecido.