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Homem fica refém 7h e testemunha roubos e morte

Nadyenka Castro/Campo Grande News - 04 de dezembro de 2007 - 09:46

O comerciante Weber Reis dos Santos, 42 anos, viveu momentos de terror entre a tarde e a noite desta segunda-feira (3 de dezembro) em Campo Grande. Ele ficou refém de assaltantes por cerca de 7 horas e testemunhou roubos e até um latrocínio (roubo seguido de morte).

Santos foi abordado por dois homens armados por volta de 16h30 na Rua Três Lagoas, Vila Palmira, região da Júlio de Castilhos. Ele aguardava um funcionário dentro do próprio carro, um Ford Ka, quando os dois se aproximaram a pé e ‘pediram fogo’. Ao oferecer o cigarro a dupla, que aparentava ter entre 20 e 25 anos, Santos foi rendido.

No local, moradores encontraram duas bicicletas abandonadas – uma roxa e outra vermelha -, uma delas em posição de reparos. A polícia foi acionada e até às 20h elas estavam no mesmo lugar.

Os assaltantes obrigaram-no a sentar no banco traseiro e logo após saírem com o carro, um deles ‘pulou’ para o lado da vítima e permaneceu com a pistola prateada encostada na barriga dele até a Praça do Papa, no bairro Coophatrabalho, mesma região.

Antes, eles pararam nas proximidades de um posto de gasolina no bairro Santo Amaro, onde o motorista desceu, comprou gasolina e abasteceu o carro. Na Praça do Papa, Santos foi obrigado a entrar no porta-malas, pelo interior do veículo, onde permaneceu até por volta de 23h30, quando foi deixado na Rua Colheiros, bairro Ana Maria do Couto.

Santos declarou à Polícia Civil que os assaltantes passaram por diversos locais conhecidos na região, como a quadra de esportes Manduzão, Associação dos Policiais Federais e quando estavam em frente a um mercado, que a vítima supõe que seja na Vila Popular, comentaram que não iriam assaltar porque estava cheio de gente.

Do porta-malas, a vítima ouvia conversas e conseguia identificar os locais e as ações da dupla que depois de passar pelo mercado, fez um roubo, colocou mais R$ 10 em combustível e em seguida, fez outro assalto.

Após estes crimes, foram com a vítima até as proximidades da Avenida Júlio de Castilhos, onde pararam em um conjunto de casas coloridas, ligaram o som do carro, tomaram cerveja e conversaram com outros homens, informando-os que havia uma pessoa no porta-malas.

Um dos homens, chamado pelo nome de Rubão, fez uma ligação e em seguida chegou ao local uma moto velha que foi acompanhada pelo carro da vítima até um bairro próximo onde entrou no veículo um rapaz conhecido como Quico, que ficou no banco do carona, indicava os locais para assaltos e aparentava estar bastante calmo.

Fizeram mais cerca de seis assaltos e sempre comentavam entre eles depois. Disseram que em um dos roubos a vítima sacou um revólver de calibre 22 e que eles tiveram que atirar e dar uma coronhada no “velho”. Santos afirma ter ouvido disparos.

Após outro assalto, que teria acontecido no Aero Rancho, Santos declarou à polícia que os assaltantes disseram ter roubado chocolates, dinheiro e bonés de uma senhora; R$ 325 de uma mulher, que ainda disse a eles que o dinheiro seria usado para pagar a conta de luz; em outro roubo teriam conseguido R$ 250 e em outro cerca de R$ 100, totalizando R$ 420.

Eles então voltaram para as proximidades da Associação dos Policiais Federais, onde comentaram que iriam até a casa da mãe de um dos assaltantes levar dinheiro. A mulher não estava na casa e então deram um chocolate a um menino, que seria irmão de um dos bandidos.

Latrocínio- Em seguida encontraram alguns amigos para os quais mostraram a arma e disseram “Olha aí, estamos na fita”. Logo após, o bandido do banco do carona disse que fariam o último assalto e deu a Santos R$ 20 dizendo que era para ele “viajar e não procurar a polícia”. Em seguida, ouviu seis tiros e o bandido que estava vigiando-o no carro disse- “Acho que sujou lá, não podiam fazer isso, esses caras são doidos”.

Os outros assaltantes retornaram rapidamente para o veículo e na fuga comentaram que ao renderem as vítimas, a esposa pegou um revólver, passou-o para o marido, que segurou a arma de um dos bandidos. Este atirou no peito e na barriga da vítima. O homem ainda teria disparado dois tiros na direção dos bandidos.

Os assaltantes comentaram ainda que havia dois projéteis no revólver, que o homem havia morrido, e que roubaram a carteira dele. Este crime ocorreu na Vila Eliane, tendo como vítima Antônio Lucema de Cavalcanti, de 37 anos.

Após o latrocínio, Santos foi deixado a pé. Ele chegou a ser ameaçado de morte pelos bandidos, que demonstraram temer serem presos. Na Polícia, Santos teve a confirmação que o homem baleado pelos assaltantes havia morrido.

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