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Homem é autuado após infestação de piolhos no Centro

Campo Grande News/ Márcio Breda - 07 de maio de 2010 - 11:56

Com o risco de receber multa entre R$ 100 e 15 mil, morador da avenida Noroeste foi autuado pela prefeitura e responderá a processo administrativo sanitário. Seu crime: alimentar em frente a sua casa pombos que habitam a região central de Campo Grande.

Na casa dele, a esposa atende quem bate a porta, mas evita maiores comentários sobre o caso. Sem se identificar, ela diz apenas que o marido passou por uma cirurgia e não pode falar com a imprensa. “Mas ele parou de alimentar os pombos”, garantiu.

De acordo com o Diário Oficial do Município, o homem deixou de atender recomendações feitas em setembro do ano passado, que “determinavam a adoção de medidas para eliminação do incômodo e insalubridade, bem como o risco de disseminação de doenças oriundas da permanência da grande quantidade de pombos na região proporcionada pela oferta diária e sistemática de alimentos às aves colocadas em via pública”.

Segundo a bióloga Silvia Barbosa, do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), são mais de 300 pombos que diariamente são alimentados com milho deixado na calçada. Os ninhos são feitos nas casas vizinhas, inclusive um restaurante próximo.

“Fomos a uma casa e a infestação de piolhos é enorme. Eles subiam pela parede. E os pombos os carregam em seu corpo e nos ninhos. Tanto o piolho quanto os microorganismos disseminados transmitem doenças e causam alergias respiratórias”, explica a bióloga.

Na autuação, a prefeitura deixa claro que a superpopulação de pombos – admiradas por alguns, é um risco para a saúde de quem convive com a grande quantidade de sujeira deixada por elas, o que foi verificado no local. A autuação pelo Diário Oficial foi feita após o envio de duas intimações pelo CCZ.

O autuado, porém, pode recorrer e apresentar defesa em até 10 dias ao Centro de Controle de Zoonoses. Mas o que a prefeitura espera é um acordo, para que a quantidade de pombos deixe de incomodar vizinhos e causar riscos à saúde.

Denúncias sobre a alimentação e a superpopulação de pombos já fazem parte da rotina do CCZ. De acordo com Silvia, Campo Grande apresenta diversos casos parecidos.

“As pessoas lamentavelmente ficam com dó dos bichinhos e os alimentam. Mas é importante deixar claro que em grande população eles podem transmitir doenças, além de incomodarem vizinhos e causarem danos ao bem público”, alerta a bióloga.

No caso do Noroeste, Silvia explica que o CCZ enviou um técnico ao local, mas o dono da casa não o atendeu. Em seguida foi enviado um laudo pelos correios, mas ele se recusou a receber. A multa é uma atitude drástica para que Orlando pare de alimentar os pombos.

“O que queremos é que ele tome ciência do problema e pare de alimentar os animas. Estamos agindo pelo bem das pessoas. Os pombos não vão morrer de fome em função disso”, reitera a bióloga do CCZ.

“Há 15 dias ele parou, mas até então era um transtorno e medo de doenças”, diz vizinho que pediu para não ser identificado.


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