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Homem de MS recebe célula-tronco para evitar amputação

Aline dos Santos/Campo Grande News - 18 de maio de 2005 - 05:03

Ramão Torres Martins, 49 anos, de Campo Grande, é um dos primeiros pacientes brasileiros a sentir ‘na pele’ os avanços da ciência quando se fala em uso de células-tronco.

Na último dia 11, ele passou por uma cirurgia pioneira: Foi o primeiro paciente no Brasil a receber implante de células-tronco para tentar evitar a amputação de um membro em função de uma trombose.

A cirurgia, realizada no Instituto de Doenças Cardiovasculares, em São José do Rio Preto (SP), tem 85% de chances de devolver a circulação para a perna esquerda de Ramão, que sofre de trombose arterial.

Segundo o cirurgião José Dalmo de Araújo, nestes casos o índice de amputação é alto. “Dois dedos já tiveram que ser amputados. Quando ele chegou, tinha 90% de chance de perder parte da perna, na altura do joelho”, lembra o médico.

José Araújo conta que foram retirados 500 mililitros de células-tronco da medula do paciente. “O material foi selecionado e depois, implantado em 40 pontos da panturrilha. O processo durou cerca de 6 horas”.

O médico explica que agora são necessárias de quatro a seis semanas para conferir se o implante das células-tronco conseguiu estimular a circulação sanguínea. “Nesse período, o acompanhamento é feito de forma constante através de marcadores tumorais e enzimas”, salienta.

O tratamento ainda não é pago pelo SUS (Sistema Único de Saúde), e quem quiser ter acesso a cirurgia deve desembolsar cerca de R$ 9 mil.

Para fazer o acompanhamento pós-operatório, Ramão deve ficar ao menos um mês em Rio Preto.

“Agora tenho que esperar para ver o resultado. Tenho consciência que a cirurgia é experimental, mas quando os tratamentos se extinguiram em Campo Grande resolvi arriscar”, ressalta Ramão.

Ele acrescenta que acredita na ciência e espera ter dado um novo alento para as pessoas que estejam na iminência de ter um membro amputado. “Espero que o tratamento dê certo, para que, em breve, mais pacientes possam se beneficiar dos avanços da medicina”, conclui.

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