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Homem com o corpo coberto de verrugas pede ajuda para tratamento

Notícias ao Minuto - 25 de julho de 2015 - 15:00

Homem com o corpo coberto de verrugas pede ajuda para tratamento

O técnico de som Gualter Passarinho, de 50 anos, convive desde criança com uma doença que ele desconhece e que deixa seu corpo coberto por verrugas. A história de Passarinho foi divulgada pelo G1.

Ele mora de favor em uma casa no Segundo Distrito de Rio Branco e ajudado com doações e com a caridade da ex-esposa.

Segundo a publicação, ele está debilitado e refere que sofre com dores nas articulações, na cabeça e também com uma hérnia, situação que se agravou nos últimos dois meses. "Eu sinto muitas dores, queria pelo menos que alguém diagnosticasse a minha doença, porque quando vou ao médico, me perguntam o que eu tenho. Mas, se eu soubesse, me medicava sozinho", reclama.

O G1 conta que na quarta-feira (22), Passarinho procurou o Hospital das Clínicas, onde está internado em busca de tratamento para a doença. Foi solicitado uma bateria de exames para que possa ser dignosticada a doença que afeta o técnico.

Marlene Silveira, de 30 anos, ex-mulher de Passarinho, é quem se desdobra para cuidar dele. Para amenizar as dores do ex-marido, Marlene percorre unidades de saúde em busca de soro fisiológico e medicamentos para dor e ela mesmo aplica na veia do técnico. É ela também que está acompanhando o ex-marido no hospital.

Ela diz que não há previsão para alta. "Estão pedindo exames para que a gente descubra o que ele tem de fato e se é possível tratar".

A dona de casa, sensiblizada com a situação de Passarinho, além de cuidar dele, Marlene também conseguiu a casa onde ele mora atualmente, perto da casa dela.

"A gente é ser humano, se sensibiliza com a dor do outro. Ainda mais com ele que já fui casada. Lá em casa todo mundo ajuda, antes de eu conseguir essa casa para ele morar de favor, meu marido que pagava o aluguel para ele", diz.

Marlene ficou cerca de nove anos casada com Passarinho, depois da separação ficou mais cinco sem ter notícias dele, até que há sete meses soube que ele estava vivendo em uma casa no bairro Vila Acre e não teve dúvidas em ajudar. "Uma prima minha me disse que ele estava vivendo lá nessas condições, não tive dúvidas e fui ajudá-lo", lembra.

Para se livrar do aluguel, Marlene fez um acordo com uma proprietária de uma chácara. Em troca do técnico morar na casa, ela limparia o terreno e cuidaria do espaço."Meu filho vem dormir com ele à noite para que não fique só. Durante o dia, eu venho, faço comida e cuido dele. Minha preocupação é que estou prestes a me mudar para uma casa na Cidade do Povo e não queria deixá-lo aqui sozinho, queria uma casa para ele lá também", revela.

Passarinho disse ao G1 que o desconhecimento da doença o deixa preocupado. "Eu queria um diagnóstico e um tratamento. Tem dias que não aguento andar", reclama. Questionado se sofre preconceito, ele diz que não sai muito, mas às vezes percebe olhares diferentes. "A discriminação ainda é muita, as pessoas olham, mas nunca vieram me perguntar o que eu tinha. Eu não saio muito porque tenho dificuldades de me locomover", diz.

A doença

A reportagem do G1 entrou em contaot com a especialista em dermatologia e hanseníase, Leia Borges Carneiro. A especialista explicou que a doença de Passarinho se trata de neurofibromatose, também conhecida como síndrome de Von Von Recklinghausen. A doença, segundo ela, é degenerativa e afeta o crescimento de tecidos neurais. Leia acredita que dores sentidas por Passarinho não devem ter relação com a síndrome.

"Quem investiga geralmente é um geneticista para tirar um raio-X. Dor nas articulações não é característica da neurofibromatose. É mais uma questão genética e não tem nada que diminua essa lesões. O que pode ser feito é um procedimento cirúrgico para retirar neurofibromas, mas cresce novamente", destaca.

Leia ressalta ainda que há casos em que essas lesões acabam deslocando alguns órgãos e comprometendo a saúde do paciente, chegando inclusive, a ter cirurgias de correção. Ela alerta que a doença é hereditária. "É importante que o profissional que acompanhar esse caso faça um estudo de porcentagem e também o oriente sobre as questões de filho, porque isso é uma questão hereditária", finaliza.

Ainda de acordo com a publicação, o técnico diz que não se recorda de ninguém na família que tenha desenvolvido a doença. "Não tinha ninguém assim, nem meus pais", relembra.

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