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Holanda vence Camarões e garante os 100%

G1 - 24 de junho de 2010 - 17:34

Futebol total. Totalmente eficiente. A Holanda não encanta como já encantou. Não tem craques como já teve. Mas é competitiva como jamais foi. E comprovou isso na vitória por 2 a 1 sobre Camarões, nesta quinta-feira, no Green Point, na Cidade do Cabo, pela terceira rodada do Grupo E. O resultado garantiu a Van Persie, Van der Vaart e cia. algo que nem Cruyff conseguiu: 100% de aproveitamento na primeira fase da Copa do Mundo.

Pragmático, o time holandês não massacrou, não buscou o ataque desde o início, não deu espetáculo. Mas venceu com segurança e deu uma despedida melancólica aos “Leões Indomáveis”. Como se não bastasse ser a primeira seleção eliminada do Mundial, os africanos são também os primeiros a encerrarem a participação na África do Sul sem um pontinho sequer.

A terceira vitória na Copa veio através de lampejos de seus principais jogadores. Agora, sim, todos os seus principais jogadores. Van der Vaart e Van Persie tabelaram no primeiro gol, marcado pelo atacante do Arsenal. E Robben, que finalmente estreou, teve participação decisiva no gol da vitória, marcado por Huntelaar em rebote de chute na trave quando o placar apontava 1 a 1. Eto’o fez para os camaroneses.

Com nove pontos, a Laranja se junta à Argentina como uma das seleções perfeitas no Mundial – o Brasil, com seis pontos, também pode repetir a façanha -, e encara a Eslováquia, nas oitavas de final. O confronto acontece segunda-feira, às 11h (de Brasília), em Durban.

A outra vaga do Grupo E ficou com o surpreendente Japão, que venceu a Dinamarca, por 2 a 1, e encara o Paraguai, terça-feira, em Pretória, também às 11h.

Cinco minutos de bom futebol bastam para a Holanda
A seleção africana era Camarões, mas quem jogou em casa foi a Holanda. Colonizada por holandeses, a Cidade do Cabo pintou o estádio Green Point de Laranja para receber uma das poucas seleções com 100% de aproveitamento no Mundial. Faltou, no entanto, ao time de Bert Mark van Marwijk a mesma disposição de seus antecessores, que deram origem aos Africâners, tribo branca da África do Sul.

Com passes para o lado e poucas jogadas que lembrassem o tradicional “futebol bonito” holandês, os europeus “sentaram” sobre a classificação antecipada e tiveram uma apresentação morna nos 45 minutos iniciais. Nada muito empolgante, mas suficiente para sair na frente do placar com lampejos de seus principais jogadores: Van Persie e Van der Vaart.

Jogando pela honra dos “Leões Indomáveis”, primeiro time eliminado da competição, os camaroneses mostravam muita disposição ofensiva e nenhuma organização. Eto’o, muito apagado, era um mero figurante, e o chuveirinho rolava solto sem nenhuma eficiência.

Chutes de longe distância sequer eram capazes de atrair a atenção do torcedor, mais preocupado em fazer “Ola”. Jogando muito pelo meio, a Holanda não fazia uso de seus “pontas” Van de Vaart e Kuyt, e não deixava nada orgulhoso Clarence Seedorf, que observava seus compatriotas da tribuna.

Pressionado pela imprensa de seu país pelas más atuações nas duas primeiras rodadas, Van Persie era quem mais tentava. Aos 19, ele recebeu lançamento de Van Bronckhorst, dominou no peito e concluiu para a defesa de Souleymanou. O goleiro camaronês participava bastante do jogo. As intervenções, por sua vez, não eram das mais complicadas, como em chutes de Sneijder e Van der Vaart aos 23 e 25.

O jogo continuava sonolento, e a “ola” deu lugar ao sopro nas vuvuzelas como se os torcedores quisessem acordar os jogadores. Deu certo. Pelo menos do lado holandês. A Laranja versão 2010, que deixou de ser um carrossel para se tornar apenas mecânica, fez uso de uma de suas principais armas: a troca de passes rápidos.

Aos 31, Sneijder tocou para Boulahrouz, que serviu Kuyt dentro da área. O atacante girou rápido e chutou cruzado para fora. Quatro minutos depois, enfim, o gol. Van Persie recebeu pela direita e fez uma tabelinha com Van der Vaart. Kuyt, no meio do caminho, fez o corta-luz e o atacante do Arsenal ficou livre para bater firme e respirar aliviado. Gol da Holanda. O primeiro de um de seus principais atacantes.

Os cinco minutos de bom futebol, no entanto, pararam por aí. Em vantagem, a Holanda voltou a “cochilar”, e Camarões continuava tropeçando nas próprias pernas. Até o fim do primeiro tempo, foram dez minutos de chuveirinhos e cortes da defesa.

Robben estreia e encanta


Na volta para o segundo tempo, a Holanda deixou claro que não fazia muita questão de ampliar o placar. Toda atrás da linha da bola, a seleção europeia observava Camarões girar a bola de um lado para o outro e esperava um erro para sair no contra-ataque. Foi o que aconteceu logo aos cinco minutos. Van der Vaart fez o desarme no campo defensivo e lançou Van Persie, que chutou em cima do goleiro.

A esta altura, o torcedor estava mais preocupado com o banco de reservas, onde Robben começou a se aquecer para, após se recuperar de lesão muscular, finalmente estrear no Mundial. Diante a passividade holandesa, Camarões se mandava para frente. Aos 14, Eto’o fez fila na entrada da área, driblou três adversário e chutou prensado para fora.

O lance de início a uma “blitz” que resultou no gol de empate. Aos 16, Makoun ainda desperdiçou boa chance na frente de Stekelenburg, mas dois minutos depois Eto’o não perdoou. O ídolo camaronês cobrou com força pênalti assinalado após Van der Vaart interceptar com a mão cobrança de falta: 1 a 1.

A igualdade fez com que a Laranja resolvesse jogar. Aos 22, De Jong escorou de canela cruzamento de Sneijder e mandou para fora. Foi a senha para que Bert Van Marwijk chamasse Arjen Robben. Aos 28, o astro pisou pela primeira vez em gramados sul-africanos, e o torcedor vibrou como um gol.

Vibração precoce, mas que se repetiu para valer dez minutos depois graças ao próprio jogador. Em alta velocidade, Robben mostrou que está recuperado do problema que quase o tirou do Mundial, recebeu lançamento pela direita, cortou para o meio, deixou Song para trás e concluiu com maestria. A bola caprichosamente beijou a trave. No rebote, Huntelaar, completamente livre, só escorou e garantiu os 100% de aproveitamento na primeira fase. Agora, a Holanda está completa.



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