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História: Dida não tremeu na Copa do Mundo da Suécia

CBF News - 26 de novembro de 2004 - 08:48

Dida foi um dos maiores atacantes do futebol brasileiro. Ídolo da torcida do Flamengo, artilheiro de belos gols, o alagoano Edwaldo Alves de Santa Rosa teve a sua trajetória na Seleção Brasileira marcada por versões de duas histórias que, tantas vezes repetidas, ganharam dimensão de verdade - e não aconteceram.

Campeão do mundo com o Brasil em 1958, na Suécia, Dida não barrou Pelé no primeiro jogo do Mundial, em que a Seleção Brasileira venceu a Áustria por 3 a 0. Pelé era o titular absoluto do time do técnico Vicente Feola, mas se contundiu em amistoso contra o Corinthians, no dia 21 de maio de 1958. O ponta-esquerda Pepe atuou naquele jogo no Pacaembu e conta o que aconteceu.

- O Pelé sofreu uma entrada violenta do Ari Clemente, teve de sair do jogo e ficou algum tempo sem poder atuar. Tanto que ficou de fora dos amistosos que fizemos depois na Itália, contra Fiorentina e Internazionale. Quem jogou foi o Dida, que na verdade era reserva - conta Pepe.

Pepe, que dá o depoimento esclarecedor, foi o autor de dois gols na goleada da Seleção Brasileira. Garrincha, também com dois gols, e Mazzola fecharam o placar de 5 a 0 sobre o Corinthians. O Brasil jogou com Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Orlando e Nilton Santos; Zito (Dino) e Didi; Garrincha, Mazolla, Pelé (Vavá) e Pepe.

Este foi o jogo de despedida da Seleção. A delegação embarcou para a Itália, onde realizou dois amistosos antes de seguir para a Suécia. Venceu a Fiorentina (em 29 de maio de 1958) e Internazionale (1 de junho de 1958), ambos por 4 a 0. Nos dois jogos, Dida foi o titular e foi substituído por Vavá, já que Pelé permanecia sem condições, entregue ao departamento médico.

Na Copa do Mundo da Suécia, a Seleção Brasileira estreou no dia 8 de junho de 1958 vencendo a Áustria por 3 a 0, gols de Mazzola (dois) e Nílton Santos. Dida jogou mal. Na segunda partida, contra a Inglaterra, que terminou 0 a 0, Dida saiu do time para a entrada de Vavá (Pelé continuava contundido e só pôde ser escalado na terceira partida, contra a Rússia), mas a sua substituição, ao contrário do que foi repetidamente divulgado através dos anos, não se deveu a motivo técnico, nem tampouco porque Dida sentira o peso da camisa - ou que tivesse "amarelado" como alguns comentaristas esportivos da época disseram.

Zagallo, titular da campanha na Suécia e companheiro de Dida no Flamengo, é quem dá agora o seu testemunho.

- O Dida tinha levado uma pancada no peito do pé no treino e não podia chutar direito. Era um artilheiro, um grande jogador, e estava machucado. Não amarelou coisa nenhuma.

Dida voltou da Suécia carregando a pecha de ter "tremido" no Mundial. Jogou ainda dois amistosos pela Seleção Brasileira, em 1960, e continuou marcando seus gols no Flamengo - é o segundo artilheiro da história do clube, atrás de Zico, com 244 gols.

O camisa 10 do Flamengo jogou na Gávea de 1954 a 1963. Pela Seleção Brasileira, ostenta um currículo de invicto - jogou oito partidas, com sete vitórias e um empate. Marcou cinco gols. Ele morreu em 17 de setembro de 2002, no Rio de Janeiro.

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