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Hipertensos devem ter cuidado com musculação

Agência Notisa - 06 de agosto de 2005 - 05:40

Ao contrário do exercício aeróbico, a musculação, além de não contribuir para baixar a pressão arterial, pode trazer riscos até de derrame.



Os exercícios físicos são reconhecidos por ajudarem a prevenir o aparecimento de pressão alta e, mais recentemente, por auxiliarem exatamente no tratamento de pacientes com hipertensão arterial. Entretanto, o seu uso não pode ser indiscriminado. Além de os programas de condicionamento físico deverem ser sempre orientados por profissionais específicos, seu uso para ajudar a baixar a pressão precisa ser bem prescrito, de acordo com Carlos Eduardo Negrão e Cláudia Lúcia de Morais Forjaz, professores-doutores da USP. Ambos são graduados em educação física e apresentaram suas pesquisas no 13º congresso da Sociedade de Hipertensão Arterial, em Ribeirão Preto.



Segundo Negrão, em hipertensos, “são os exercícios aeróbicos de moderada intensidade — caminhada, dança, bicicleta — que contribuem para diminuir a pressão arterial, tanto em ratos quanto em homens”. Entretanto, segundo o professor, vale lembrar que existem diferenças genéticas entre os indivíduos que fazem com que alguns hipertensos se beneficiem mais que outros do uso do exercício. Além disso, as pesquisas mostram que é exatamente o programa crônico de condicionamento físico (mais de 12 meses contínuos de exercícios) que promove queda real da pressão arterial, continuou o professor lembrando que “em medições imediatas, há queda da pressão logo após o exercício moderado e que esta queda pode se manter por 24 horas”.



Por outro lado, Claudia alertou para o polêmico uso da musculação para baixar a pressão arterial. Embora os exercícios deste tipo sejam excelentes para os músculos e os ossos, podem trazer sérios prejuízos para os pacientes hipertensos, sendo que os intensos são contra-indicados, pois, na verdade, aumentam a pressão arterial. Algum benefício pode, segundo ela, ser obtido com musculação leve e que não atinja a fadiga, o que, entretanto, “não substitui, em hipótese alguma, o exercício aeróbico, este sim necessário ao tratamento”, disse.



Cláudia ressaltou que a dificuldade em se medir a pressão arterial dos pacientes hipertensos durante a musculação pode culminar até em acidentes vasculares cerebrais (derrames). “Nos experimentos que fizemos tivemos de usar cateter intracardíaco para medir a variação da pressão em pacientes hipertensos durante a musculação”, disse Claudia.



A pesquisadora lembrou que os exercícios aeróbicos de média intensidade adequados para estes indivíduos devem ser feitos de 3 a 5 vezes por semana, de 30 a 50 minutos por vez, com intensidade leve ou moderada. “A ergometria (bicicleta) é a mais indicada pela facilidade da tomada da pressão arterial e, ao contrário, os exercícios dentro da água precisam ser feitos com cuidado”, complementou. Dança, ginástica, ginástica localizada, spinning, natação, caminhada são outras atividades a serem escolhidas e, como disse o professor Negrão, “não só auxiliam no tratamento da hipertensão como previnem o seu aparecimento em indivíduos normais”.



Agência Notisa (jornalismo científico – science journalism)

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