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Hepatie B: Pesquisa avalia adesão de estudantes à vacina

Agência Notisa - 27 de outubro de 2007 - 08:25

Resultados mostram que somente 64% dos adolescentes aceitaram a primeira dose da vacina e que fatores escolares exerceram um papel importante na aceitação da medicação, como a escola e o turno.



A infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) é uma das principais causas de doença aguda e crônica do fígado, podendo evoluir ainda para cirrose e carcinoma hepatocelular, sendo considerada um importante problema de saúde pública em todo o mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que 15% da população já foi exposta ao vírus da hepatite B, e que 1% sofra de hepatite B crônica. A vacina contra o vírus da hepatite B é a forma mais eficaz de se prevenir a doença, no entanto, ainda é baixa a cobertura vacinal entre os adolescentes. Isso é o que mostram Sheila Teles e equipe da Universidade Federal de Goiás em um estudo que buscou verificar a adesão à vacinação de estudantes de baixa renda.



O trabalho foi realizado de novembro de 2003 a novembro de 2004, em uma região de baixa renda de Aparecida de Goiânia (GO). Foram avaliados 304 adolescentes de 12 a 19 anos, matriculados nas duas maiores escolas públicas da região. De acordo com artigo publicado na edição de setembro/outubro de 2007 da revista Ciência & Saúde Coletiva, “os adolescentes têm sido considerados um grupo com risco elevado de exposição ao vírus da hepatite B por apresentarem tendência a relações sexuais sem proteção e com múltiplos parceiros, experiências com drogas ilícitas e uso abusivo de álcool”.



Os resultados mostram que somente 64% dos adolescentes aceitaram a primeira dose da vacina. Por outro lado, dos que aderiram, 93,3% receberam o esquema completo. Os pesquisadores constataram que fatores escolares exerceram um papel na aceitação da vacina, como a escola e o turno. “A chance de não aceitar a vacina foi 2,23 vezes maior em indivíduos que estudavam no período noturno quando comparados aos do período diurno. Pesquisas têm mostrado uma freqüência maior de comportamentos de risco, como uso de drogas ilícitas e outras substâncias psicoativas, em indivíduos que freqüentam a escola no período noturno. Isso talvez possa explicar os resultados deste estudo, uma vez que esses comportamentos têm sido associados a uma menor aceitação da vacina contra hepatite B”, afirmam no artigo.



Segundo os especialistas, “os achados do estudo ratificam a baixa aceitação da vacina contra hepatite B em adolescentes, evidenciam a necessidade de programas de educação em saúde para sensibilização desse grupo em relação à vacinação, e reforçam a importância de estratégias de imunização na escola para o cumprimento do esquema completo da vacina contra o VHB nesta população-alvo”.



Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

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