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Geral

HB realiza primeira cirurgia de transgenitalização

Melissa Cerozzi/Rio Preto News - 09 de março de 2006 - 10:02

Um operador de máquinas de 50 anos morador da região de Rio Preto foi o primeiro paciente a passar pela cirurgia de transgenitalização de desforia de gênero, do sexo feminino para o masculino no Hospital de Base. A cirurgia, inédita no interior, permite a mudança da genitália feminina em masculina (ou vice-versa) através de tecidos do próprio paciente. A intervenção foi realizada na segunda-feira desta semana e demorou duas horas e meia.



O paciente, que teve sua identidade preservada, trata-se de um caso de intersexo, ou seja, há presença genitália ambígua (tanto masculina como feminina), porém ambas não são bem formadas. A anomalia acontece quando o feto ainda está em formação.



De acordo com o médico urologista e responsável pela cirurgia Carlos Cury, o paciente nasceu com o cromossomo XY (que determina o sexo masculino), mas as características e todo aparelho reprodutor eram de uma mulher.

“Ele nasceu homem por causa dos cromossomos, mas a formação do corpo e as características físicas eram de uma mulher. Mas o paciente não se portava como mulher, sempre pensou e agiu como homem”, disse o médico durante a entrevista.

O paciente estava em tratamento no HB há três anos e era acompanhado por uma equipe de psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, fonoaudiólogos e médicos. Ainda de acordo com o médico, a cirurgia foi o “último processo” do tratamento. Todo o tratamento e cirurgia foi custeado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) já que não se trata apenas de uma mudança de sexo e sim de um problema genético.



“Quando ele chegou aqui, há três anos, nós começamos um tratamento que envolver psicólogos. Depois, que identificamos que era realmente homem, começamos um tratamento com testosterona (hormônio masculino) para que desenvolvesse barba, cabelos e até mesmo características do corpo de homem e reduzir a quantidade de hormônios femininos que o organismo dele produzia”, explicou o médico.

A cirurgia, que demorou duas horas e meia, consistiu na remoção de uma parte da gordura pubiana e posteriormente, os médicos inseriram próteses de silicones para formação dos testículos e a com tecido do próprio paciente, a equipe constituiu o órgão masculino.

Ainda de acordo com o urologista, o pós-operatório é tranqüilo e o tempo médio para recuperação é de dois a três meses. “A sensibilidade do pacientes nesse caso é normal. Ele vai poder ter relação sexual normalmente”, garantiu.


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