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Há 165 anos entrava em circulação o 1º selo postal do

MS Ascom - 26 de julho de 2008 - 08:40

Em 1º de agosto os Correios e filatelistas celebram o Dia do Selo Postal Brasileiro. Nesse dia, em 1843, circulou a primeira emissão postal brasileira, conhecida como “Olho-de-boi”. O Brasil é reconhecido como o segundo país do mundo a emitir selos, ficando atrás da Inglaterra, que em 6 de maio de 1840 emitia o “One Penny Black”, por sugestão de Rowland Hill, maestro e administrador do Real Correio Britânico na época.

Anteriormente, os correios do mundo todo faziam o envio de cartas e outros objetos para serem pagos pelo destinatário na hora da entrega, o que freqüentemente era recusado, comprometendo a viabilidade dos serviços de Correios até então. A idéia de Rowland Hill era de que fosse afixado na parte externa das mensagens um recibo do valor cobrado para a entrega do objeto, atestando que o serviço de correio havia sido pago. Com isso, a expansão dos serviços de coleta e entrega de correspondências teve grande impulso, e a sustentabilidade financeira dos serviços de correio estava assegurado.

Inspirado pelo sucesso do correio inglês, o então imperador do Brasil, Dom Pedro II instituiu no então Correio Régio do Brasil a reforma postal, que tinha como principal mudança a adoção dos selos, com pagamento do serviço pelo remetente. Assim como na Inglaterra, essas alterações no serviço postal contribuíram para o sucesso e impulso da atividade postal no Brasil.

Olhos de bichos no lugar da face do imperador - Emitidos em 1 de agosto de 1843, Os primeiros selos, conhecidos como “Olho-de-boi”, traziam como imagem apenas os seus valores expressos em réis (reais): 30, 60 e 90 réis, para franquear os valores pagos nas tarifas postais da época. Receberam esse nome pelo seu desenho se assemelhar a um olho de boi. Curiosamente, ao contrário dos Penny Black, que traziam estampada a efígie da Rainha Vitória, os “Olhos-de-boi” estampavam as cifras de porte por ser proibido no Brasil a estampa da imagem do imperador em objetos.

Previstos inicialmente para terem tiragem de 6 milhões unidades, os "Olho-de-Boi" tiveram impressa somente a tiragem de 1,1 milhão de unidades, sendo substituídos no ano seguinte por uma nova emissão chamada de "Olho-de-Cabra", ou ainda "verticais" ou "inclinados", por terem desenho mais oval, formato retangular e trazerem a cifra grafada em itálico. Os “Olho-de-Cabra” eram estampados em 7 diferentes cifras: 10, 30, 60, 90, 180, 300 e 600 réis, diferentemente de seus antecessores, “Olho-de-boi”, impressos somente nos valores de 30, 60 e 90 réis.

Em 1850, os “Inclinados” foram substituídos pelos “Olhos-de-gato”. Estes selos também traziam como estampa as cifras de 10, 30, 280 e 430 réis, estes dois últimos reservados para correspondências enviadas à Europa. A novidade nesta época era que esta série era impressa em uma cor para cada cifra, diferenciando-se das séries anteriores, impressas somente na cor preta.

A partir de 1866 — 17 anos depois da primeira emissão, eram lançados os primeiros selos que traziam a efígie do Imperador D. Pedro II, a exemplo dos pioneiros selos britânicos. Desta época datam as estampas com valores variando de 10 a 1.000 réis, com pequenas alterações no tamanho, cor e na face de D. Pedro, chegando inclusive a ser “atualizada”, trazendo na sua última emissão, em 1884, a imagem do rosto do imperador já idoso. Pouco antes, em 1878, era lançado o “auriverde”, o primeiro selo impresso em duas cores no Brasil, com a efígie do monarca em verde no centro da estampa e as demais inscrições em amarelo.



Selos marcaram o fim da monarquia - Após a Proclamação da República em 1889, as imagens de D. Pedro e da Coroa Portuguesa deram lugar à ilustração “Alegoria da República”, simbolizando o novo período político que vivia o Brasil. Esta nova série trazia a ilustração de uma cabeça feminina e eram impressos em duas cores. Um erro de impressão fez com que uma das tiragens trouxesse o texto “100 réis - Brasil - Correio” grafado de cabeça para baixo. Tal fato faz deste selo um exemplar raríssimo junto aos filatelistas do mundo todo. No mesmo ano, ocorreu também a emissão “Cruzeiro do Sul”, que eram ilustrados pela representação da constelação que pode ser vista em todo o hemisfério sul e que é símbolo do Brasil.

Em 1890 é lançado o selo “Cruzeiro”, trazendo também a estampa da constelação Cruzeiro do Sul. Desta vez, a tiragem foi impressa em tipografia, de modo rudimentar. A série Alegoria da Liberdade —uma reedição do “Alegoria da República” trazia uma novidade: era o primeiro selo colorido totalmente estampado no Brasil. Antes disso, os selos eram impressos pelo American Bank Note & Co, empresa estadunidense especializada em impressos de segurança. No ano seguinte — 1891, surge o primeiro selo bicolorido impresso no Brasil, conhecido popularmente como “tintureiro”, era uma reedição do “Alegoria da República/Liberdade”, sendo reemitidos em proporções, cores e cifras diferentes até meados de 1900, quando foram então lançados o primeiro selo e o primeiro bloco comemorativos do Brasil.



Primeiro selo, bloco e carimbo comemorativo - O primeiro selo comemorativo celebrava os 400 anos de descobrimento do Brasil. As quatro diferentes estampas traziam a imagem das caravelas, o descobrimento dos povos nativos, as entradas e Bandeiras e instituição da República. Nesse ano, os Correios passaram a oferecer o serviço de Colis-Postaux (pronuncia-se “cólî-postô”) — encomendas internacionais por via marítima. Em 1904 surgia em Curitiba o primeiro carimbo comemorativo, lançado na Exposição do Paraná, em festividades aos 50 anos de emancipação político-administrativa do estado do Paraná. Pouco depois, em 1907, era lançado o primeiro selo comemorativo com repercussão internacional: uma série de dois valores — 100 réis, em carmin; e 200 réis, em azul — para marcar o 3º Congresso Pan-Americano de Correios. Em outubro de 1938 era emitido o primeiro bloco comemorativo, durante a 1ª Brapex - Exposição Filatélica Internacional, ocorrida no Rio de Janeiro, então Capital Federal. O Bloco continha dez selos trazendo em cada um a efígie de Rowland Hill, o pioneiro do correio inglês e assinalava a data de realização da exposição.



Modernização com a criação da ECT - Até 1968, os selos brasileiros eram impressos de forma rudimentar. A partir da modernização do parque gráfico da Casa da Moeda do Brasil e da criação da ECT - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, a filatelia ganhou um grande impulso. A Casa da Moeda passou a contar com impressos de segurança mais confiáveis e a ECT contratou desenhistas promissores e artistas plásticos para melhorar a qualidade visual das novas emissões e incrementar a filatelia brasileira. A partir das novas concepções artísticas, os selos brasileiros ganharam reconhecimento internacional, conquistando importantes prêmios do setor. O mais recente selo premiado foi o bloco “Piracema”, lançado nacionalmente em Campo Grande em 2005. Foi premiado em 2006 como “Melhor tema e participação” no Quinto Concurso Anual do Selo Estrangeiro, ocorrido na China.



Selos brasileiros pioneiros - Em 1974, os Correios lançavam o primeiro selo do mundo com inscrições em Braille, e em 1989 era emitido o primeiro selo brasileiro com imagens tridimensionais (holográficos), o segundo do mundo. Em 1999, eram lançados os selos “Parques Nacionais — Prevenção a Incêndios Florestais”, que traziam como forte apelo ambiental o odor de madeira queimada, exalado ao se raspar a estampa do selo.



Serviço - No site dos Correios (www.correios.com.br), em “Selos e Conveniência - Filatelia” é possível conhecer todos os selos brasileiros lançados a partir de 1997, com imagens e editais de lançamento.

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