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Geral

Governo vai apresentar nova versão do Projeto Rondon

Marina Domingos/ABr - 09 de outubro de 2004 - 07:59

Os Ministérios da Defesa e da Educação estão se preparando para colocar em prática uma versão revitalizada do Projeto Rondon. A idéia foi sugerida pela União Nacional dos Estudantes (UNE) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu para que os ministérios elaborassem o novo programa.

“O projeto tem como objetivo uma vertente educacional, que é proporcionar ao estudante desenvolver o atributo de responsabilidade social e patriotismo, e também, num segundo plano, atender às carências das comunidades que foram visitadas dentro das políticas públicas existentes”, explica o coordenador do projeto no Ministério da Defesa, General Sinésio.

Criado em 1967, a primeira versão do projeto Rondon utilizava os conhecimentos de professores e jovens universitários para prestar serviços sociais em comunidades carentes da região amazônica. O objetivo era levar noções básicas de saúde, educação e agronomia à população. O programa chegou a envolver 400 mil professores e universitários, o que resultou na criação da Associação Nacional dos Rondonistas, formada por pessoas que participaram do antigo projeto. O programa durou até 1989, quando foi extinto pelo ex-presidente da República, José Sarney.

Nessa nova etapa, o projeto pretende retomar as atividades de professores e estudantes universitários em comunidades da região amazônica, no Nordeste e, mais tarde, em regiões metropolitanas das grandes cidades. Os universitários irão até os municípios escolhidos para fazer um diagnóstico dos problemas existentes. Os dados serão utilizados pela universidade para elaborar um plano de ação que outra equipe irá executar.

“Até o final desse mês, será publicado um edital para que as universidades possam ser convocadas a enviar seus planos de trabalho. Neste plano devem estar todas as ações que vão ser realizadas pela instituição nas localidades que vão ser atendidas pelo projeto Rondon”, informa o General.

Segundo ele, as instituições escolhidas deverão convidar seus alunos. A expectativa do ministério da Defesa é que 200 alunos participem da primeira fase, que vai ser desenvolvida na região do Alto Solimões e no Vale do Juruá (AM). “O MEC entrará com a parte técnica de conhecimento e nós utilizaremos todo apoio logístico para tornar possível esse empreendimento”.

Para o presidente da UNE, Gustavo Petta, existe uma grande expectativa por parte dos próprios universitários no envolvimento em projetos sociais por causa da possibilidade de conhecer realidades diferentes da sua. Ele lembra que a Amazônia tem importância estratégica e esta será uma oportunidade para os universitários encontrarem soluções criativas para os problemas enfrentados na região.

"Com certeza existe uma grande quantidade de estudantes que irão com o objetivo de ajudar as comunidades e se engajar numa campanha importante, numa moblização nacional", afirma.

Petta destaca ainda que o projeto Rondon poderá ajudar a reverter uma possível imagem negativa do universitário, como uma pessoa individualista que cursa o ensino superior apenas para obter ascensão social e um bom emprego. "A universidade é muito mais do que isso. É preciso esse compromisso social e esse engajamento nacional em questões de relevância, que o projeto traz", argumenta ele.

Além da UNE, do MEC e do Ministério da Defesa, outros seis ministérios também participam do projeto, ao lado da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub) e da Associação Nacional de Rondonistas.

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