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Governo de SP anuncia produção da fosfoetanolamina sintética

EPharma Notícias - 09 de fevereiro de 2016 - 10:30

A substância fosfoetanolamina será sintetizada para testes no tratamento do câncer pelo laboratório PDT Pharma, em Cravinhos, a 270 quilômetros da capital. Foi o que anunciou nesta sexta-feira o governador do Estado Geraldo Alckmin (PSDB). Ele explicou que, após sua produção, o medicamento será encapsulado pela Furp, laboratório farmacêutico oficial do governo, ligado à Secretaria da Saúde. Só depois ela irá para a fase de testes em pacientes.

De acordo com a pasta, o protocolo de pesquisa precisa de uma aprovação final da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Conselho Nacional de Saúde. Ele irá avaliar a segurança e a possível eficácia da substância no tratamento de pacientes com câncer em estágios avançados.

O órgão explica que serão avaliados dez pacientes para determinar a segurança da dose que vem sendo utilizada. Caso a droga não apresente efeitos colaterais graves, a pesquisa segue para o primeiro estágio. Nele, está prevista a inclusão de mais 21 pacientes para cada um dos 10 grupos (tipos) de tumor: cabeça e pescoço, pulmão, mama, cólon e reto (intestino), colo uterino, próstata, melanoma, pâncreas, estômago e fígado.

Os candidatos passarão por triagem e deverão preencher os critérios de elegibilidade para determinar a segurança da droga. Se observados sinais de atividade da substância nessa fase, serão incluídos mais 20 participantes em cada grupo, no estágio dois. Uma vez comprovada atividade relevante, serão incluídos novos pacientes, até alcançarem mil pessoas (100 para cada tipo de câncer). A estratégia, segundo o governo, permitirá melhor compreensão da droga. Serão investidos aproximadamente R$ 5 milhões na pesquisa.

Polêmica

O uso da fosfoetanolamina se tornou uma polêmica com dimensão nacional em outubro de 2015, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou o seu uso como medicamento experimental, derrubando decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que havia suspendido o fornecimento do remédio a 1.400 pacientes de câncer na cidade de São Carlos.

A fosfoetanolamina sintética foi desenvolvida em 1990 por Gilberto Orivaldo Chierice, professor de Química da USP-São Carlos. As cápsulas foram produzidas e distribuídas gratuitamente por ele a pacientes na própria universidade. Em 2014, após a aposentadoria de Chierice, o Instituto de Química da USP parou a produção e distribuição do medicamento, por não ter registro na Anvisa. Pacientes passaram a recorrer à Justiça para receber a droga.

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