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Governo de Bachelet reconhece derrota no Chile

Renata Giraldi, Agência Brasil - 18 de janeiro de 2010 - 06:58

Santiago ((Chile)) - Apenas duas horas depois de encerradas as votações no Chile, o governo da presidente Michelle Bachelet reconheceu a derrota do candidato governista, o ex-presidente Eduardo Frei Ruiz (Concertación). Um porta-voz do governo confirmou a vitória do oposicionista Miguel Sebastián Piñeira (Alianza), de centro-direita. A disputa foi a mais apertada das duas últimas décadas no país. Piñeira obteve 51,8% contra 48,1% de Frei.

De acordo com os dados oficiais, dos 8.285.186 chilenos aptos a votar somente 4.111.567 foram às urnas. O elevado número de abstenções teria sido causado pelo período de férias e também pela falta de motivação do eleitorado. Porém, os votos nulos e brancos foram em menor número do que o esperado. Houve 2,5% de votos nulos e apenas 0,74% de brancos.

O candidato derrotado, Frei, desejou sorte e pediu diálogo a Piñeira. “O resultado das eleições mostram evidências da nossa democracia, uma eleição digna e transparente, como é da nossa tradição. Desejo êxito na sua gestão e torço para que prevaleça o diálogo e que seja transformado em um símbolo da nossa relação com o mundo”, disse ele, com a voz embargada.

A eleição de Piñeira fez lembrar a disputa entre o ex-presidente Ricardo Lagos (esquerda) e Joaquín Lavín (direita), em 2000. Na ocasião, a esquerda saiu vitoriosa. As últimas eleições em que a direita obteve vitória, por meio do voto, foram há 52 anos. Na época, o ex-presidente Jorge Alessandri, da direita, venceu o socialista Salvador Allende.

Aliados, correligionários e simpatizantes de Piñeira comemoraram a vitória em frente ao Hotel Crowne (cinco estrelas), onde se concentrou a equipe de campanha do candidato vitorioso. A rua, na Plaza Itália, foi fechada para que a festa ocorresse sem transtornos.

Nas zonas eleitorais foram registradas diferenças expressivas entre os candidatos, o que, segundo especialistas, indica uma tendência à fidelidade por regiões políticas do Chile. Piñeira dominaria as áreas de poder aquisitivo mais alto, enquanto Frei ficaria com as regiões rurais e mais pobres do país.

As eleições realizadas nesse domingo (17) registraram raros incidentes. Na maioria dos casos, houve embates entre correligionários, mas sem maiores consequências. Ocorreu, no entanto, um rápido apagão no hotel onde estava instalada a equipe de Frei.

Aliados de Piñeira, de centro-direita, afirmam que ele deve ir ao Brasil e à Argentina. Há consenso sobre isso nas duas campanhas políticas. Não foram definidas datas. O presidente eleito teve um primeiro contato com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim do ano passado, ainda durante o primeiro turno.


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