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Governo afrouxa combate à febre aftosa a partir de 2006

Graciliano Rocha e Aline dos Santos / Campo Grande News - 17 de setembro de 2005 - 08:16

O governo do Estado vai afrouxar as regras de combate à febre aftosa a partir do ano que vem. Neste sábado, o secretário Dagoberto Nogueira vai à Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de MS) para anunciar oficialmente as mudanças na campanha de 2006.

As principais mudanças são a supressão da etapa da vacinação dos bezerros em fevereiro e a suspensão da exigência de devolução dos frascos de vacina usados pelo produtor rural. As decisões agradam os pecuaristas, mas preocupam técnicos.

O lobby para mudar as regras foi bancado pela Acrissul (Associação de Criadores de MS). Os pecuaristas reclamam dos custos e alegam que o setor passa por uma crise severa por conta da queda do preço da arroba.

Pelas contas do governo, supressão da etapa de fevereiro representa uma economia de R$ 12 milhões ao produtor com custo do manejo, vacina e profissionais que aplicam a vacina.

“Só no último semestre o custo da produção teve um crescimento de cerca de 33%. Aliado a outros fatores, como a baixa cotação da arroba, o produtor acaba acarretando prejuízos”, disse Dagoberto por meio de sua assessoria de imprensa.

Os opositores às mudanças estão principalmente entre os médicos veterinários que consideram as mudanças temerárias. O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinário, Roberto Bacha, diz que a suspensão da etapa de fevereiro deve ser vista “com cautela”.

“Qualquer modificação na campanha deve ser feita com muita segurança. È necessário que seja elaborado um inquérito sorológico, para verificar se ainda há atividade viral dentro do rebanho, e até o momento esse relatório não nos foi apresentado”, argumenta.

Outra preocupação é a liberação do produtor de devolver os frascos usados. Os críticos da medida dizem que, ao suspender a exigência, as autoridades sanitárias perdem o controle efetivo sobre a fiscalização e abrem uma brecha para que, se quiserem, alguns produtores podem simplesmente adquirir notas de vacinas sem promover a imunização do rebanho.

“Qual é a dificuldade em entregar os frascos? Por que abrir mão de uma medida que afiançava um bom procedimento”, questiona Bacha, ressaltando que qualquer alteração na campanha deve ter a anuência do Ministério da Agricultura.

Em 1999, o Mato Grosso do Sul registrou um foco de aftosa em Naviraí, a 352 quilômetros de Campo Grande, que atingiu cerca de 150 animais e resultou no abate de mais de 400 e provocou grandes prejuízos ao setor com o fechamento de mercados externos.

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