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Governo aceita prorrogar dívida de produtores rurais

11 de agosto de 2005 - 10:41

Os agricultores conseguiram uma suada vitória na última terça-feira em Brasília com o anúncio da prorrogação de parcelas do custeio da safra 2004/2005, que vinha sendo defendida pelo setor rural desde o tratoraço em Brasília, por causa do insucesso parcial de duas safras de soja em função da estiagem, o que provocou a descapitalização na agricultura, principalmente no sul do País e em Mato Grosso do Sul.

A bancada ruralista na Câmara dos Deputados vinha obstruindo a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), enquanto o Governo não alongasse os débitos dos agricultores. E ante ontem a área econômica cedeu e o líder do Governo no Congresso, senador Fernando Bezerra, confirmou o fim da obstrução possibilitando a tramitação da LDO.

O fim do impasse só foi possível depois que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, assumiu o compromisso de prorrogar o pagamento das parcelas do custeio agrícola dos meses de julho, agosto e setembro para março, abril e maio de 2006. Agora, o setor só aguarda a oficialização do acordo pelo Ministério da Fazenda.

Apesar de o acordo ter sido fechado agora, as negociações já vinham sendo intensificadas pelos parlamentares do agronegócio com os ministros Palocci e Roberto Rodrigues, da Agricultura, desde o tratoraço. “Foi uma longa negociação, mas com resultado positivo aos agricultores que perderam boa parte de sua produção por causa da estiagem”, observou o deputado federal Waldemir Moka, membro da Comissão de Agricultura.

O presidente do Sindicato Rural de Dourados, Gino Ferreira disse ontem que a prorrogação do pagamento do custeio agrícola “foi uma vitória da mobilização da bancada ruralista no Congresso, diante da posição do Governo de ficar adiando essa decisão. O impasse só se resolveu com essa pressão dos parlamentares da bancada ruralista – que passam de 200”, comentou.

Também o presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, deputado Ronaldo Caiado recebeu anteontem um telefonema do ministro Roberto Rodrigues, confirmando a prorrogação dos débitos. As dívidas, que foram contraídas no Banco do Brasil e em outras instituições, não tinham como ser pagas pelos produtores em razão da queda dos preços agrícolas e da perda na produção, lembrou Moka.

Com essa decisão, disse Gino Ferreira, será possível que os produtores peçam novos financiamentos para a próxima safra. No BB em Dourados foram solicitadas 510 prorrogações da dívida de custeio, segundo a gerê ncia-geral da agência de Agronegócio.

Ele cobrou ainda maior pressa na contratação do custeio da safra 2005/2006, já que o Banco do Brasil ainda não recebeu autorização para liberar os recursos, o que poderá prejudicar o desempenho da agricultura na região.

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