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Gol no fim garante vantagem ao Inter contra Estudiantes
Sem graça. Sem sal. Chocho. Nada do que se espera em uma partida das quartas de final da Libertadores entre brasileiros e argentinos ocorreu. Mas foi tudo isso que Inter e Estudiantes proporcionaram no Beira-Rio. O pingo de emoção do jogo ocorreu aos 42 minutos do segundo tempo, quando os colorados marcaram o gol da vitória por 1 a 0, com Sorondo. A cabeçada do zagueiro modificou o desfecho que parecia natural para uma disputa de poucas oportunidades criadas, nesta quinta-feira.
Das três metas propostas pelos colorados neste confronto de ida, duas foram alcançadas. O time gaúcho venceu e não sofreu gols. Faltou o objetivo mais ambicioso, levar uma boa vantagem para o segundo jogo, situação impossível pelo desenrolar do embate. Para chegar à semifinal, os gaúchos precisam de um empate na volta.
O segundo jogo ocorre na quinta, na Argentina. Antes o Estudiantes decide o torneio Clausura. Para serem campeões, Los Pincharratas precisam que vencer o Colón e torcer para que o Argentinos Juniors, no máximo, empate com o Huracán. O Inter não terá essa pressão pelo Campeonato Brasileiro, enfrentando o Goiás na segunda rodada da competição, no domingo.
O jogo - A cara do primeiro tempo não foi das melhores. O Beira-Rio lotado não foi suficiente para sufocar o Estudiantes. A etapa inicial não foi ruim para ninguém. Tão pouco foi boa. Foram 45 minutos de escassas emoções, raras jogadas bonitas e muita marcação. Como visitantes, o confronto sem sal apetecia aos argentinos.
O time de Verón se impôs durante exatos dez minutos. Nesse período, os argentinos travaram o Inter. O Estudiantes pouco deixou o adversário ultrapassar a linha do meio-campo. Depois, a situação ficou mais equilibrada.
O primeiro chute ao gol saiu com Pérez, aos 15 minutos. A bola passou próxima da trave de Abbondanzieri. Os colorados responderam no mesmo tom, com Alecsandro. O resultado final foi igual. O grande lance foi uma enfiada de bola para Andrezinho, aos 18 minutos. Prensado pelo goleiro e um zagueiro, o meia não conseguiu marcar.
As deficiências do Inter se repetiam. Os jogadores se movimentavam pouco, dando pouca opção para quem tinha a bola nos pés. Os lances mais perigosos ocorriam pelo lado esquerdo, com Kleber e D'Alessandro, mas sem um acabamento feliz.
Quieto, assim estava o Beira-Rio. A torcida fazia pouco ruído. Os cânticos não saiam da garganta com a convicção habitual. O Inter voltou a ser dominado no início do segundo tempo. Mas com somente um atacante, os ataques do Estudiantes eram, em sua maioria, improdutivos. O melhor lance ocorreu em um chute por cima de Pérez.
Os erros do Colorado se repetiam. A esperança surgiu em cabeçada de Alecsandro, defendida por Orión. Na sequência da jogada, o goleiro salvou chute cruzado de Andrezinho, aos 21 minutos. Foi tudo que o esforço colorado conseguiu proporcionar de perigo.
Mesmo ativo em campo, D'Alessandro saiu para a entrada de Giuliano. Sem o argentino aparentar cansaço ou lesão, o torcedor chiou, reclamando da decisão de Jorge Fossati. No fim das contas, o uruguaio acertou. Pois ao manter Andrezinho em campo, ele oportunizou que o meia cobrasse falta aos 42 do segundo tempo. Lá na área, a bola teve sua rota desviada por Sorondo, parando na rede do Estudiantes, fazendo o Beira-Rio, pela primeira vez na noite, gritar com convicção.